Serviço de Radiologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E., Lisboa
- O Essencial Em Pediatria, 2013, 18/06/2013, Lisboa
Introdução: A infecção do trato urinário (ITU) é a segunda causa mais frequente de doença infecciosa em pediatria, a incidência variando com o género e grupo etário. A confirmação diagnóstica assenta numa urocultura positiva. Nos pacientes com indicação para investigação, os estudos de imagem permitem avaliar a presença de factores predisponentes, tal como a uropatia obstrutiva ou refluxiva, bem como na demonstração de alterações sequelares.
Objetivos: Propõe-se uma revisão dos exames radiológicos no estudo da infecção do trato urinário, indicações e aspectos semiológicos relevantes.
Discussão: A ecografia é o exame de primeira linha, possibilitando a caracterização do parênquima renal, sistema excretor e bexiga. Avalia a presença de malformações e/ou hidronefrose. A apreciação Doppler aumenta a sensibilidade na avaliação de pielonefrite aguda. A cintigrafia com DMSA, realizada por volta dos seis meses, avalia a função renal e detecta a presença de cicatrizes renais. A cistografia radiológica, por história de primeira/segunda ITU na criança, permite o despiste e gradação de refluxo, a avaliação morfológica da bexiga e uretra, da capacidade vesical e resíduo pós-miccional. A cistografia istotópica é uma alternativa à radiológica, sobretudo no follow-up, por implicar uma menor dose de radiação. Outras técnicas, a utilizar de forma criteriosa e em complementaridade, incluem os estudos istotópicos MAG3 e DTPA, a urografia de eliminação, a Ressonância Magnética e a Tomografia Computorizada. A TC é o exame de eleição na avaliação de complicações, nomeadamente de abcesso renal.
Palavras-chave: Infecção do trato urinário, ecografia, CUMR, Cistografia istotopica, DMSA