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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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Epífora congénita: como resolver os casos difíceis - Inquérito sobre procedimentos na obstrução congénita do ducto lacrimonasal

Cristina Brito1, Paulo Vale2

1 Oftalmologia Pediátrica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central;
2 Coordenador do Grupo Português de Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo, Hospital CUF Porto.

  • Trabalho apresentado na mesa redonda Epífora congénita: Como resolver os casos difíceis na Reunião Conjunta do Grupo Português de Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo e Grupo de Oculoplástica, Outubro de 2013, Viana do Castelo.

Objectivo: Avaliar os procedimentos adoptados pelos oftalmologistas portugueses na obstrução lacrimonasal congénita.

Métodos: Na preparação da mesa redonda sobre como resolver os casos difíceis de epífora congénita, na reunião do GPOPE, ocorrida em Outubro de 2013, os autores elaboraram um inquérito dirigido aos sócios da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, relativo a práticas habituais adoptadas em relação à obstrução lacrimonasal congénita. No presente artigo pretende-se dar a conhecer os resultados obtidos.

Resultados: 107 oftalmologistas responderam ao inquérito. Destes, 10% eram internos da especialidade, 29% e 9% tinham experiência em Oftalmologia Pediátrica e Oculoplástica, respetivamente e 52% não se incluíam em nenhum dos 3 grupos anteriores. A maioria (68%) baseia-se na apresentação clínica para estabelecer o diagnóstico. Todos realizam sondagem como 1ª intervenção (67% após os 12 M; apenas 10% ocasionalmente antes dos 6M), como 2ª a maioria repete a sondagem (77%) e como 3ª a intubação (51%), mais frequentemente bilateral. A endoscopia nasal é utilizada usualmente por 13% e 28% dos inquiridos, respetivamente na repetição da sondagem e na intubação. 32% têm experiência em dacriocistorrinostomia na criança, mas apenas 4% tem mais de 10 casos. Ainda menos são os oftalmologistas portugueses que utilizam a dacrioplastia com cateter-balão, recorrendo a esta mais frequentemente em caso de uma segunda falência.

Conclusão: Há uma grande semelhança nos procedimentos seguidos na obstrução lacrimonasal congénita pelos oftalmologistas portugueses, avaliados pelas respostas a este inquérito, quando comparados com os adotados no Reino Unido. A grande diferença está na utilização da endoscopia nasal, que é bastante mais popular no Reino Unido.

Palavras-chave: obstrução lacrimonasal congénita, epífora, sondagem, intubação canalicular, dacrioplastia por cateter-balão, dacriocistorrinostomia.