Serviço Pediatria Geral, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, E.P.E.
- Mesa Redonda “O Papel da SPP na informação e formação em Pediatria” - 13ºCongresso Nacional de Pediatria, 11-13 Outubro de 2013, Tróia.
Resumo: A formação pediátrica foi, desde sempre, estatutariamente um dos objectivos da Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP). O autor, com base na documentação disponível na Biblioteca da Pediatria Portuguesa da SPP, refere os vários tipos de eventos realizados no âmbito da Informação e Formação pediátricas, desde a fundação da SPP (1948) até ao 13ºCongresso (2012), passando pelo importante Congresso Nacional de Protecção à Infância (1952), o Congresso Internacional de Pediatria (1968), as 1ªa Jornadas Pediátricas de Angola (1968) e o simpósio sobre a Criança na Comunidade Luso-brasileira (1973), entre outros. Revisita, entre outros, os primeiros cursos de Actualização e Aperfeiçoamento em Pediatria que, após 25 anos de interrupção foram retomados e dirigidos fundamentalmente aos Internos (Cursos de Verão e Cursos de Inverno).
Refere ainda meio século de Reuniões Pediátricas temáticas, sendo a última sobre “A criança e a noite” (2006) e as Sessões de discussão de Casos Clínicos do Norte às Ilhas atlânticas (1983-2004). Duas vezes por ano (1979-2006) realizaram-se um total 34 edições das Jornadas Nacionais de Pediatria com ênfase na Pediatria praticada fora dos grandes centros, iniciadas sob a presidência de Crucho Dias. Sob a presidência de Luís Marques Pinto (1986), iniciaram-se os Congressos Nacionais de Pediatria/Congresso Português de Pediatria sendo os primeiros 8 trianuais e os últimos 5, anuais, sendo o mais importante evento informativo e formativo da Sociedade.
Seguidamente, o autor analisa as 47 Jornadas e Congressos sob vários parâmetros: o Norte e o Sul acolheram 2/3 de todas as reuniões, seguindo-se o Centro com 15%, Madeira 9% e Macau e Goa 6,4%. A maioria das Jornadas realizou-se a norte, a dos Congressos a sul e estes últimos nunca se realizaram na região centro. Primavera e Outono foram as épocas quase exclusivas para ambos os tipos de reuniões, mas verificou-se que nos congressos de Outono foram apresentadas, em média, mais do dobro de comunicações do que nos realizados na primavera. Também, ao longo dos anos, o número de comunicações livres tendeu a baixar e o número de posters a aumentar acentuadamente, cruzando-se cerca do momento do 6º congresso de 2001. Dos 51 grandes temas tratados, os três primeiros foram: infecciologia-vacinas, organização dos cuidados e neonatologia. Raramente foram abordados temas como a dor, a toxicodependência ou a obesidade. Quanto aos patrocinadores das reuniões, 77% dos 216 patrocinadores foram empresas da indústria farmacêutica e 17% empresas técnicas. O autor finaliza com algumas reflexões relativas aos resultados a que levaram as mudanças operadas na organização e âmbito destas reuniões ao longo do tempo e, projectando o futuro, confronta a tendência dessa evolução com os desafios que, na sua opinião, se irão colocar ao futuro da formação pediátrica da SPP.
Palavras-chave: formação pediátrica, reuniões científicas, Sociedade Portuguesa de Pediatria.