1- Serviço de Pediatria Hospital São Teotónio, Viseu; 2 – Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos do Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE.
- XVI Reunião Anual da Sociedade de Cuidados Intensivos Pediátricos. Porto, 18 de Janeiro de 2013 (Apresentação oral)
Introdução:A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é a neoplasia maligna mais comum nas crianças. A gravidade da doença e agressividade do tratamentocondicionam importante morbimortalidade. Descrevem-se 3 casos clínicos de crianças internadas na UCIP com complicações agudas da LLA.
Relato de casos: Adolescente de 13 anos com LLA T internado na UCIP porsíndrome de lise tumoral após primeira dose de metilprednisolona. Por ausência de resposta à terapêutica médicainiciahemodiafiltração (HDF) com normalização metabólica em 48he posterior transferência para o IPO. Menina de 5 anos com LLA B a fazer ciclos de vincristina, metrotrexato, dexametasona e mercaptopurina, internada na UCIP porARDS. Apresenta quadro respiratório febril com hipoxemia e SDR grave. Aumento dos parâmetrosde infeção, massem isolamento de agente. Necessidade de ventilação mecânica, suporte inotrópico, terapêutica com óxido nítrico e antibioterapia de largo espetro.Evolução clinica favorável com transferência para IPOa D16. Menina de 3 anos, com LLA B tratada com imatinib a aguardar alo-transplante de medula óssea, admitida na UCIP por insuficiência renal aguda. Referencia a quadro de neutropenia febril e mucosite, internada no IPO sobantibioterapia de largo espectro. Desenvolve quadro de anasarca, hipoalbuminemia e hipocaliemia, sem resposta à furosemida e com evolução para insuficiência renal oligoanúrica.Na UCIP inicia HDF que manteve até D20, altura em que recupera débito urinário e normaliza a função renal. Por quadro de hipertensão arterial sustentada em D12 inicia perfusão de labetalol sem resposta. Necessidade de associação demúltiplosanti-hipertensores comcontrolo tensional após introdução dehidralazina (D31). Descrição de leucoencefalopatia posterior reversível comevolução favorávele transferênciaa D35.
Conclusões: A sobrevida das crianças com LLA tem vindo a melhorar devido aos avanços e protocolos terapêuticos. Os pediatras devem estar familiarizados com as possíveis complicações decorrentes da doença eda quimioterapia. A gravidade destas pode requerer um tratamento intensivo.
Palavras-chave: complicações, leucemia linfoblástica aguda, criança