1 Serviço de Pediatria, Hospital de São Teotónio, Centro Hospitalar Tondela-Viseu, EPE. Viseu, Portugal
2 Serviço de Pedopsiquiatria
3 Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos
4 Serviço de Neurologia. Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, EPE. Lisboa, Portuga
Scientia Medica (Porto Alegre) 2013; volume 23, número 3, p. 1-5
RESUMO
Objetivos: Os autores relatam um caso de catatonia secundária à exposição a mefedrona, um derivado semissintético do alcalóide catinona, e fazem uma revisão da literatura sobre essa substância que vem sendo usada crescentemente como droga recreativa.
Descrição do caso: Um adolescente de 14 anos foi levado ao serviço de emergência por apresentar quadro de agitação psicomotora grave com auto e heteroagressividade seguido de estupor, mutismo e acinesia. Ao exame na admissão apresentava-se sem resposta a estímulos. A investigação complementar não mostrou alterações relevantes. Durante a hospitalização apresentou dois episódios de agitação psicomotora grave e no restante do tempo manteve estado pseudocomatoso. Após ser conhecido o consumo de mefedrona previamente ao início do quadro, e perante a hipótese diagnóstica de catatonia, iniciou-se com lorazepam, com o que o paciente apresentou recuperação rápida e completa.
Conclusões: Segundo a bibliografia consultada, este é o primeiro relato publicado de catatonia associada ao consumo de mefedrona. O caso ilustra uma manifestação psiquiátrica grave secundária à exposição a essa droga recreativa, facilmente adquirida pelos adolescentes apesar de já terem sido descritos casos fatais associados ao seu consumo
Palavras-chave: catatonia; toxicidade de drogas; drogas ilícitas; transtornos por uso de substâncias psicoativas