1 - Área Académica da Medicina da Mulher, Infância e Adolescência, NOVA Medical Scool | Faculdade de Ciências Médicas, Lisboa
2 - Unidade de Neonatologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
- II Conferencia FINUT - Fundación Iberoamericana de Nutrición, Cidade do México, 2022 (Mesa redonda)
A obesidade é uma preocupação atual de saúde pública, praticamente universal. Os ‘primeiros 1000 dias de vida’, da conceção aos 24 meses de vida pós-natal, são um período crítico em que se pode intervir no sentido de contrariar os mecanismos precoces responsáveis pela programação da obesidade. Esta revisão centra-se na vida fetal e nos primeiros 12 meses pós-natais. Quer a desnutrição quer a sobrenutrição do feto podem, por mecanismos diferentes, predispor à programação da obesidade, doença cardiovascular e síndrome metabólica. Entre os mecanismos subjacentes à desnutrição fetal, predominam os mecanismos epigenéticos, a alteração estrutural permanente de alguns órgãos e tecidos (eg, pâncreas e rim), a desregulação duradoura de péptidos que regulam o apetite (eg, leptina, neuropeptido Y), a alteração a longo prazo da expressão endócrina (eg, cortisol, insulina, IGF I e II) e alguns mecanismos de adaptação placentar. Os ‘primeiros 1000 dias de vida’ são, pois, um período crítico em que os profissionais de saúde podem e devem reconhecer e intervir precocemente para contrariar as causas evitáveis que originam subnutrição ou sobrenutrição fetal, responsáveis pela programação da obesidade.
Palavras Chave: Crescimento intrauterino, Prevenção, Programação da obesidade