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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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FRATURA-EPIFISIÓLISE DA CLAVÍCULA MEDIAL COM DESVIO POSTERIOR EM IDADE PEDIÁTRICA– CASUÍSTICA CIRÚRGICA DE 10 ANOS

João Vieira de Sousa1; Joana Arcângelo2; João Lameiras Campagnolo2; Susana Norte2; Delfin Tavares2

1 - Hospital de Cascais Dr José de Almeida, Cascais;
2 - Hospital Dona Estefânia, Lisboa

- X CONGRESSO NACIONAL DE ORTOPEDIA INFANTIL XXVII JORNADAS DE ORTOPEDIA INFANTIL – comunicação oral

A fratura-epifisiólise da clavícula medial (ou pseudo-luxação da esterno-clavicular) é uma lesão rara. A paucidade de casos reportados na literatura, e consequentemente a ausência de meta-análises, explicam a ausência de normas de orientação clínica que fundamentem a melhor abordagem terapêutica.
Reportamos 5 casos de adolescentes do sexo masculino, tratados entre 2012-2022, com o diagnóstico de fratura epifisiólise da extremidade medial da clavícula. A idade média foi de 15 anos. Todas elas se deveram a trauma directo que ocorreu durante a prática desportiva ou por agressão. Foram estudadas inicialmente por radiografia, e posteriormente por TC com reconstrução tridimensional. A direção foi póstero-superior em 2 casos, posterior em 1 e póstero-inferior noutros 2. Nas fraturas com desvio póstero-inferior existia compressão de estruturas mediastínicas – num dos casos reportou-se contacto directo entre a clavícula e a crossa da aorta. Não se descreveram sinais de compromisso neuro-circulatório mas, num único caso, o doente referiu disfagia.
Os adolescentes foram submetidos a redução sob anestesia geral em menos de 24h. Num único caso, foi possível a redução fechada estável por abdução e tracção do membro superior, não se associando nenhum gesto cirúrgico. Nos restantes 4, a manobra fechada não foi eficaz tendo sido necessária a redução por via aberta, e subsequentemente complementada com sutura trans-óssea esterno-clavicular.
Pós operatoriamente, o membro foi imobilizado em suspensão braquial ou cruzado posterior durante 4-5 semanas, e foi imposta pausa desportiva durante 1-2 meses. O seguimento pós-operatório médio foi de 3 meses. Quando contactados telefonicamente em 2022, os doentes negam instabilidade e limitação das AVDs e da actividade desportiva. Assim, não se registaram complicações ou sequelas funcionais.
Com esta série de casos demonstramos a apresentação típica desta patologia, e que a redução e fixação cirúrgica urgentes são eficazes no tratamento, permitindo a recuperação funcional plena a longo prazo.

Palavras Chave: esternoclavicular, fractura-epifisiólise, luxação esternoclavicular