1 - Especialidade de Pedopsiquiatria, Área de Pediatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa;
2 - Pedopsiquiatria, Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, Lisboa;
3 - Psiquiatria, Centro Hospitalar Lisboa Ocidental, Lisboa,
4 - Psiquiatria, Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, Lisboa, Portugal
- XXXII Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e da Adolescência, no ano de 2022;
- Neste momento a aguardar publicação na Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental;
Introdução: A faixa etária de transição, entre os 15 e os 25 anos de idade, é um período crítico de oportunidades e desafios para a intervenção em saúde mental. A avaliação dos cuidados prestados em unidades de internamento é fundamental para a compreensão e monitorização da eficácia e qualidade do tratamento, permitindo uma melhor planificação e prestação dos cuidados.
Objetivos: Avaliar o estado psicopatológico atual, qualidade de vida, grau de satisfação com os cuidados prestados, necessidade de reinternamento e manutenção do seguimento em consulta numa amostra de doentes internados na Unidade Partilhada.
Métodos: Estudo transversal e retrospetivo, realizado através de: consulta dos processos clínicos dos jovens internados pela primeira vez na Unidade Partilhada entre Janeiro e Dezembro de 2018; entrevista telefónica padronizada com aplicação de ficha de follow-up, versão reduzida do Mental Health Inventory e o Instrumento Abreviado de Avaliação da Qualidade de Vida da OMS.
Resultados/Conclusões: Num total de 277 doentes, foram obtidas 94 respostas válidas (33,9%); o diagnóstico de alta de Perturbação do Humor (54,3%) foi significativamente superior no sexo feminino e o de Perturbação Psicótica (23,4%) foi significativamente superior no sexo masculino (Fisher= 40; p<0,001). A duração do internamento (média=16,1 dias; DP=13,6 dias) foi significativamente superior para as Perturbações Psicóticas em comparação com as Perturbações do Humor (p=0,009). 38 (41,5%) dos jovens foram readmitidos, 14 (21,3%) num período inferior a 6 meses após a alta. 76 (80,9%) consideram estar “melhor”; e 62,7% estar “satisfeitos” ou “muito satisfeitos” com a sua vida. 70 (74,5%) mantem acompanhamento em consulta, sendo pontuação do MHI significativamente inferior nos jovens sem seguimento atual. 35 (37,2%) referem estar “muito satisfeitos” ou “mais que muito” com o atendimento prestado. A valorização da opinião do doente permite uma maior aproximação entre os profissionais de saúde e os doentes jovens e consequentemente, a adesão ao tratamento.
Palavras Chave: follow-up; pedopsiquiatria; psicopatologia; psiquiatria; transição;