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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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ESTUDO DA MICROANÁLISE DO MOMENTO DE SEPARAÇÃO DO PARADIGMA DA UNIDADE DA PRIMEIRA INFÂNCIA

Marta Santana1, Mónica Mata2, Filipa Ramalheira3, Cristina Halpern4, Pedro Caldeira da Silva5

1 - Interno de Formação Específica em Psiquiatria da Infância e da Adolescência, Unidade da Primeira Infância, Área de Pedopsiquiatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
2 - Interno de Formação Específica em Psiquiatria da Infância e da Adolescência, Unidade da Primeira Infância, Área de Pedopsiquiatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
3 - Hospital Júlio de Matos, Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa
4 - Unidade de Desenvolvimento, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
5 - Unidade da Primeira Infância, Área de Pedopsiquiatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa

- Reunião Nacional – Comunicação Oral, XXXII Encontro Nacional da APPIA

Introdução: As crianças atendidas em primeira consulta na Unidade da Primeira Infância entre os 12 e os 24 meses realizam de forma protocolada o Paradigma da UPI, uma situação experimental semi-standardizada adaptada da Strange Situation de Mary Ainsworth, que se destina à caraterização e avaliação dos padrões de vinculação.
Objetivos: Caraterizar os comportamentos do bebé/criança pequena e do cuidador principal no momento de separação do Paradigma da UPI e identificar possíveis associações entre estes comportamentos e os diagnósticos de Eixo I e Eixo IIA, de acordo com a DC:0-5.
Métodos: Estudo transversal e retrospetivo. População de 30 crianças com idades compreendidas entre os 12 e os 24 meses que realizaram o procedimento Paradigma da UPI nos anos de 2021 e 2022. Elaborado um questionário adaptado de Massie-Campbell Attachment During Stress Scale, para caracterização dos comportamentos da criança pequena e do cuidador no momento da separação. Visualização dos registos videográficos e preenchimento dos questionários em grupos de três clínicos, com supervisão do chefe da Unidade. Consulta dos processos clínicos para recolha de dados sociodemográficos e dos diagnósticos atribuídos. Processamento dos dados através de MsExcel e Open.Epi.com, com análise descritiva e testes de associações de variáveis (p=0,05).
Resultados: A amostra clínica é constituída por 90% de crianças do sexo masculino, com idade média de 21,5 meses. O diagnóstico de Eixo I mais frequente é a Perturbação do Espetro do Autismo Atípica Precoce e de Eixo IIA o nível 2. A descrição dos comportamentos mais frequentes de cada elemento da díade permitiu encontrar o cuidador principal típico e a criança pequena típica da amostra. Foi encontrada associação entre o diagnóstico de PEA ou PEAAP e (1) aperceber-se da saída do cuidador com comportamento indiferente e (2) recorrer a objetos para se acalmar após a separação.
Conclusões: Este foi um estudo piloto na caraterização e análise rigorosas dos comportamentos da díade no momento da separação do Paradigma da UPI. Este estudo poderá ser replicado no futuro com uma amostra clínica mais alargada, de forma a contribuir para o avanço do conhecimento científico na área da Saúde Mental da Primeira Infância.

Palavras Chave: Pedopsiquiatria; Primeira Infância; Situação Estranha; Vinculação.