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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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QUISTO ÓSSEO ANEURISMÁTICO DA COLUNA CERVICAL NA ADOLESCÊNCIA – UM CASO CLÍNICO

Rosa Amorim-Figueiredo1; Patrícia Silva2; Rita Coelho1; Isabel Ramos2; Amets Sagarribay3

1 - Unidade de Adolescentes, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central EPE
2 - Serviço de Pediatria, Hospital de Santarém EPE
3 - Unidade de Neurocirurgia Pediátrica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central EPE

- Reunião Nacional: 21º Congresso Nacional de Pedaitria

Resumo:
INTRODUÇÃO:  Os quistos ósseos aneurismáticos são tumores benignos altamente vascularizados. Envolvem a coluna vertebral em 3-30% dos casos, ocorrendo na coluna cervical em apenas 2% dos casos. Manifestam-se mais frequentemente por dor local. O tratamento convencional consiste na resseção em bloco ou excisão intra-lesional.
DESCRIÇÃO DO CASO: Adolescente do sexo masculino de 13 anos de idade, com obesidade, internado num hospital terciário por massa cervical posterior dolorosa à palpação, cerca de 7cm de maior diâmetro, apresentando 2 meses de evolução, com agravamento progressivo da dor, condicionando limitação da mobilização cervical em todas as direções. Tinha tido traumatismo da região cervical posterior 3 anos antes. A ressonância da coluna cervical revelou volumosa lesão expansiva na vértebra C2, de dimensões 61,2x75,9x79,3mm, com múltiplas áreas quísticas intra-lesionais, compatível com quisto ósseo aneurismático, com insinuação sobre o canal central, sem compromisso medular, a condicionar edema circundante dos tecidos moles adjacentes. Teve alta, referenciado a consultas de Ortopedia, Neurorradiologia, Neurologia, Pediatria-Adolescentes e Oncologia Pediátrica. Considerou-se que a excisão cirúrgica do quisto e o tratamento com embolização apresentavam elevado risco de morbilidade, pelo que iniciou tratamento com o anticorpo monoclonal denosumab.
COMENTÁRIOS: Apesar dos quistos ósseos aneurismáticos serem lesões benignas, podem ser localmente agressivos. Existem várias modalidades de tratamento disponíveis, que devem ser individualizadas tendo em conta o risco de recorrência e possíveis complicações, constituindo este diagnóstico um desafio que necessita de uma abordagem multidisciplinary.

Palavras Chave: Adolescentes; Quisto ósseo aneurismático; Neoplasia da coluna vertebral