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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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Inês de Oliveira1; Ana Teresa Prata2

1 - Interna de Formação Específica em Psiquiatria da Infância e da Adolescência, Área de Pediatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
2 - Assistente Hospitalar de Psiquiatria da Infância e da Adolescência, Área de Psiquiatria, Hospital de Setúbal, Centro Hospitalar de Setúbal, Setúbal

- Publicação em versão integral em formato digital: https://saudemental.pt/parentalidade/

Resumo:
Introdução: O portal saudemental.pt foi desenhado como um espaço de informação clara e compreensível, em língua portuguesa e para a população em geral, sobre Saúde Mental.
Objetivos: Com o objetivo de contribuir para uma maior sensibilização e consciencialização da sociedade para temáticas importantes para a saúde mental infanto-juvenil fez-se uma publicação acerca do tema Parentalidade, abordando algumas questões fundamentais como: O que são estilos parentais? Qual a diferença entre autoritarismo e autoridade? Como estabelecer limites?
Métodos: Revisão acerca de estratégias de parentalidade dirigidas à população em geral.
Resultados: O estilo parental associado a menor risco de problemas de comportamento, de saúde mental e na relação familiar, caracteriza-se por cuidadores exigentes e compreensivos, que encorajam a autonomia, ouvem as opiniões e explicam as consequências dos comportamentos. Dialogam, negoceiam e fazem compromissos com os filhos, despertando neles responsabilidade social e uma conduta independente e empreendedora. Quando existe incompreensão para com os filhos e ausência de autoridade dos cuidadores, podem surgir mais dificuldades e problemas familiares. Existem alguns modelos de parentalidade que se baseiam na evidência científica atual, como a parentalidade positiva ou a parentalidade consciente, cujos princípios se baseiam no afeto, sem recurso à violência, ao autoritarismo ou à permissividade. A parentalidade deve ser coerente, ao longo do tempo e, idealmente, no casal parental. Para essa coerência acontecer é fundamental que exista comunicação, com o filho e entre o casal parental.
Conclusões: A parentalidade não é uma prática linear, exigindo flexibilidade e bom senso. Cada família é única, não existindo fórmulas que resultem para todas as famílias. É preciso ter consciência das características da criança (idade, desenvolvimento, características pessoais, etc.) e ter em consideração a dinâmica familiar, a fase da vida familiar e a fase de vida de cada pessoa. É importante não esquecer que os filhos são diferentes uns dos outros e, como tal, a forma como a parentalidade é exercida não deve ser igual para todos, mas sim ter em conta a sua individualidade. Por vezes são necessárias várias tentativas e erros para se perceber o que resulta melhor, sendo um processo de aprendizagem e melhoria contínuos.