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NEFROTOXICIDADE

Telma Francisco

Unidade de Nefrologia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, E.P.E.

- Sessão Clínica da Cirurgia Pediátrica, 9/4/2021.

A lesão renal aguda (LRA) em doentes pediátricos internados em unidades de cuidados intensivos atinge os 8 – 30, sendo que 25% das LRA são causadas por fármacos. Os medicamentos mais frequetemente implicados são os antibióticos, os antivirais, os AINE, a quimioterapia, entre outros. Existem vários fatores de risco para a nefrotoxicidade por fármacos, os quais dependem de características intrínsecas do doente, da doença prévia ou atual, do próprio fármaco e da forma de prescrição. É importante frisar que a prescrição de mais do que um fármaco nefrotóxico aumenta exponencialmente o risco de LRA. O reconhecimento da nefrotoxicidade obriga a um elevado nível de suspeição, dado que, numa fase inicial, a LRA poderá ser clinicamente silenciosa. Deverão ser usadas estratégias preventivas de nefrotoxicidade. Duas destas estratégias passam pelo ajuste da prescrição à taxa de filtração glomerular estimada (TFGe), pelo doseamento sérico dos fármacos em vale. Para a maioria dos fármacos são apenas necessários ajustes à TFGe quando esta é inferior a 50 mL/min/1.73m2. É ainda essencial realizar o doseamento dos fármacos em vale, quando disponível, e saber interpretar o valor obtido; nomeadamente, no caso dos aminoglicosídeos, importa saber se o antibótico foi prescrito na forma de intervalo alargado ou dose intermitente. O pilar do tratamento é a suspensão do medicamento, quando tal for possível.

Palavras Chave: aminoglicosídeos, nefrotoxicidade, TFG, vancomicina