1 - Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Área de Pediatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
2 - Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Área Musculo Esquelética, Hospital de Curry Cabral, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
- Reunião Nacional - XXI Congresso da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e Reabilitação “MFR em tempo de pandemia”
Introdução: A escoliose idiopática do adolescente (EIA) afeta 2-3% da população com 0,3 a 0,5% dos jovens desenvolvendo uma curva superior a 20º. Apesar da baixa prevalência total e dos casos com maior gravidade ocorre impacto psicológico pela alteração corporal e também pelos tratamentos sugeridos. O seguimento destes doentes é de prevenção secundária com minimização da progressão das curvaturas existentes. Conhecer mais aprofundadamente a fisiopatologia da EIA poderá abrir um novo caminho no tratamento, até mesmo na prevenção. A etiopatogenia é multifactorial, sendo a densidade mineral óssea, a vitamina D e os polimorfismos do seu receptor (VDR), factores causais. Estudos apontam para um défice de vitamina D nos adolescentes com EIA, por exposição solar tendencialmente reduzida nas crianças e adolescentes nos dias de hoje. Recentemente verificou-se um polimorfismo do VDR presente na população Portuguesa. Estudos demonstram uma incidência superior de EIA nas pessoas com o polimorfismo BsmI do VDR. A avaliação da etiopatogenia da escoliose idiopática, com determinação do papel da resistência à vit. D e dos polimorfismos do VDR na mesma, é pioneira em Portugal.
Objetivos principais: Avaliar a progressão das curvas EIA em resposta à suplementação com vit D, em comparação com doentes não suplementados.
Métodos: Estudo observacional caso-controlo: Grupo Controlo - avaliação retrospectiva da evolução das curvas dos casos de EIA avaliados em 2012 com critérios de inclusão EIA ligeira a moderada e Risser =/<3 na 1ª consulta; Grupo Caso - avaliação prospectiva da evolução das curvas dos casos de EIA com suplementação de VitD a partir de 1/2020, com critérios de inclusão EIA ligeira a moderada e Risser =/<3, na 1ª consulta e aceitação da suplementação com VitD 600U/dia desda a 1ªconsulta.
Resultados preliminares: Eventual tendência para menor progressão nos suplementados : Grupo controlo - progressão média 5º em 1 ano; Grupo caso - progressão média de 3º em 1 ano. O número de casos é ainda insuficiente para uma avaliação do significado estatístico.
Conclusão: Inferir a existência de resistência à vit. D perante um determinado genótipo, poderá permitir a otimização da suplementação actuando assim na prevenção do desvio do ráquis. Este estudo está activo pelo que não existem dados conclusivos á data.
Palavras Chave: Escoliose, progressão, polimorfismos, suplementação, vitamina D.