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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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IMUNOALERGOLOGIA E VACINAÇÃO CONTRA A COVID-19 – CONTRIBUTO DE UM HOSPITAL CENTRAL NO COMBATE À PANDEMIA

Gonçalo Martins-dos-Santos1, Mariana Lobato1, Miriam Araújo1, Ana Palhinha1, Tânia Gonçalves1, Inês Sangalho1, Pedro Coelho1, Ana Margarida Romeira1, Joana Sofia Pita1, João Marques1, Jorge Fernandes1, Nicole Pinto1, Pedro Carreiro-Martins1, Sónia Rosa1, Sara Prates1, Lopes, Tiago2, Paula Leiria-Pinto1

1 - Serviço de Imunoalergologia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
2 - USF da Baixa, ACES Lisboa Central

- 42ª Reunião anual da SPAIC, publicação sob forma de resumo

Introdução: A vacinação contra a COVID-19 é fundamental no combate à pandemia por SARS-CoV-2. Dado o alerta inicial quanto à ocorrência de reações de hipersensibilidade (RH) e o medo que se gerou em torno da vacinação, o Serviço de Imunoalergologia (IAL) do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC) desenvolveu estratégias de apoio à vacinação: 1) protocolo de colaboração com os Cuidados de Saúde Primários (CSP), incluindo o esclarecimento telefónico de dúvidas aos profissionais dos Centros de Vacinação da Comunidade (CVC) e a avaliação prioritária em consulta de IAL dos utentes referenciados; 2) apoio à vacinação em meio hospitalar dos casos de risco. Este trabalho pretende avaliar o contributo do Serviço de IAL do CHULC no processo de vacinação e a segurança da vacinação dos doentes de risco.
Métodos: Análise descritiva do movimento referente aos pedidos de apoio à vacinação entre 10-03 e 15-07-2021; avaliação retrospetiva do grupo de doentes vacinados em meio hospitalar no mesmo período.
Resultados: No período considerado foram convocados para vacinação pelo ACES Lisboa Central 209 457 utentes, tendo sido avaliados pela IAL 1007 indivíduos: 309 (31%) em contactos dos CVC em tempo real e 698 (69%) em consulta prioritária. Nos contactos dos CVC foi dada indicação para vacinação em 80% dos casos (n=248) e para referenciação a consulta de IAL em 18% (n=55). Dos utentes avaliados em consulta prioritária, considerou-se apropriada a vacinação em CVC em 83% (n=581), apesar de indicação de restrição da vacina a administrar em 27% (n=155). A vacinação em meio hospitalar foi aconselhada em 17% dos casos (n=117). Em nenhum caso foi contraindicada a vacinação. Foram vacinados em meio hospitalar 103 utentes, 83% (n=85) mulheres, idade mediana (P25-P75) de 76 (61-82) anos. Os critérios para vacinação em meio hospitalar foram história compatível com RH a fármacos de classes diferentes (n=70; 68%), a vacinas (n=30; 29%), à 1ª dose de vacina contra COVID-19 (n=12; 12%), anafilaxia idiopática (n=6; 6%) e mastocitose sistémica (n=1; 1%). Foram feitos testes cutâneos com vacinas em 9% dos utentes (n=9), com resultado negativo. Administraram-se 91 (88%) primeiras doses e 13 (12%) segundas doses. Não se registaram manifestações compatíveis com RH imediata.
Conclusão: O apoio da IAL permitiu a vacinação de 1007 indivíduos e evitou o atraso da vacinação em 80% dos contactos dos CVC. A vacinação de utentes com maior risco de RH foi segura na nossa amostra.

Palavras Chave: COVID-19, vacinação, colaboração, Cuidados de Saúde Primários, Imunoalergologia