1- Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, EPE - Hospital de Nossa Senhora do Rosário, Barreiro;
2- Serviço de Imunoalergologia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE - Hospital Dona Estefânia, Lisboa;
3- Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação - Universidade de Coimbra, Centro de Intervenção e Investigação Social (CIS-IUL), Lisboa;
4- Serviço de Neurologia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE - Hospital Dona Estefânia, Lisboa.
- 24ºEncontro Nacional de Epileptologia, Coimbra, 9-10 Março 2012 (Comunicação oral).
- Resumo Publicado na Revista Sinapse Vol. 12, nº1 Maio 2012.
Introdução: A Epilepsia e a Asma são duas doenças crónicas frequentes em crianças e adolescentes, sendo a última a mais prevalente neste grupo etário. Ambas apresentam episódios de descompensação que o adolescente pretende ocultar dos seus pares, exigem terapêutica crónica regular e interferem com o processo de autonomia progressiva face aos pais. A Epilepsia associa-se a um estigma social importante.
Objectivos: Avaliar os conhecimentos e atitudes dos adolescentes portugueses em relação à Epilepsia, quando comparada com Asma.
Métodos: Foram aplicados dois questionários sobre conhecimentos e impacto social da Epilepsia e Asma, a adolescentes que frequentavam o 9º ano escolaridade, em três regiões diferentes de Portugal (Lisboa, Setúbal e São Roque do Pico). Cada aluno respondeu a ambos os questionários individualmente e foram comparadas as respostas.
Resultados: Participaram neste estudo 110 alunos, entre os 13 e 16 anos. A maioria afirmava já ter ouvido falar sobre Epilepsia (96,4%) e Asma (97,2%). Obtiveram-se diferenças estatisticamente significativas (p<0,05) no conhecimento acerca das duas doenças: houve menor número de respostas correctas quanto à definição, tratamento e prevalência da Epilepsia, e mais respostas correctas sobre a evolução clínica da doença, quando comparada com a Asma. A maioria dos adolescentes seria reservada ao revelar o seu diagnóstico de Epilepsia. Apesar de a maioria afirmar que casaria ou teria uma relação com uma pessoa com Asma, na Epilepsia verificou-se uma redução de 10% das respostas positivas. Perante uma convulsão apenas 6,3% dos adolescentes actuaria de forma correcta, porém face a uma crise de asma 28,2% agiria de modo adequado.
Conclusão: Entre os adolescentes portugueses há ainda um grande desconhecimento sobre a Epilepsia e atitudes correctas a tomar perante uma crise, bem como algum grau de estigma social, quando comparada à Asma. Este estudo piloto destaca a necessidade de melhorar o conhecimento e atitudes dos adolescentes sobre Epilepsia.
Palavras-chave: chronic disease, epilepsy, asthma, adolescence.