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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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EVOLUÇÃO EPIDEMIOLÓGICA NA PARALISIA CEREBRAL

Daniel Virella1,2,3, pelo Programa de Vigilância Nacional da Paralisia Cerebral.

1. Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais. Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa, Portugal 
2. Departamento de Epidemiologia, Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, Lisboa, Portugal
3. Sociedade Portuguesa de Neonatologia, Sociedade Portuguesa de Pediatria, Lisboa, Portugal

Conferência em:
- X Seminário da Sociedade de Pediatria do Neurodesenvolvimento, 2021.

O Programa de Vigilância Nacional da Paralisia Cerebral em Portugal (PVNPC) tem registado com sucesso dados clínicos, epidemiológicos e funcionais das crianças com paralisia cerebral nascidas desde 2001, à idade recomendada de 5 anos. São apresentadas a evolução da taxa de prevalência nacional aos 5 anos de idade entre as crianças nascidas de 2001 a 2011 (risco global ~1,7‰) e a variação de factores de risco de paralisia identificados pelo Programa: sexo masculino (~25%), gemelaridade (~7x), idade materna ao nascer >39 anos, classes de prematuridade (o risco de paralisia cerebral aos 5 anos, nas crianças de termo parece ter diminuído ligeiramente; baixou 30-40% nas nascidas de prematuridade moderada/limiar mas é ainda 4x maior; nas crianças de nascidas com <28 semanas tem sido muito oscilante mas é 1,5-2x maior do que para as nascidas às 28-31 semanas e ~80-100x maior do que para as nascidas de termo). É ainda descrita a evolução da proporção dos diversos níveis de gravidade funcional: a proporção de crianças com paralisia cerebral com compromisso motor grave mantém-se estável, em ~50%, e a proporção de crianças com paralisia cerebral com compromisso motor grave parece ser persistentemente superior nas crianças nascidas de termo; proporção de crianças com paralisia cerebral com nenhum indicador de gravidade mantém-se praticamente estável, em ~33%, mas a proporção de crianças com paralisia cerebral com nenhum indicador de gravidade parece ser persistente menor nas crianças nascidas de termo.

Palavras Chave: evolução epidemiológica, gravidade, paralisia cerebral, Portugal, século XXI.