imagem top

2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

CHULC LOGOlogo HDElogo anuario

DA IDENTIFICAÇÃO DOS PRIMEIROS SINTOMAS AO INTERNAMENTO POR ANOREXIA NERVOSA, QUE RECURSOS PROCURAM OS PAIS E COMO CLASSIFICAM ESTES APOIOS?

Inês de Oliveira1; Catarina Santos2; Frederica Vian3; Sandra Pires4.

1 - Interna de Formação Específica em Psiquiatria da Infância e da Adolescência, Área de Pediatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
2 - Assistente Hospitalar de Psiquiatria da Infância e da Adolescência, Área de Pediatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
3 - Interna de Formação Específica em Psiquiatria da Infância e da Adolescência, Área de Pediatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
4 - Assistente Hospitalar de Psiquiatria da Infância e da Adolescência, Área de Pediatria, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa

- Reunião internacional sob o formato de comunicação oral – 5º Congresso Internacional da Criança e do Adolescente ICCA 2021

Resumo:
Introdução: A Anorexia Nervosa (AN) é uma patologia associada a um aumento da morbilidade e da mortalidade, tendo um impacto significativo nos doentes e seus familiares.
Objetivos: Caracterização dos recursos utilizados pelos pais, após a identificação dos primeiros sintomas de AN nos filhos. Identificação dos recursos que os pais consideram em falta. Caracterização dos intervalos temporais entre a identificação de sintomas nos filhos, o pedido de ajuda e o acesso ao apoio.
Métodos: Projeto de investigação com recurso a inquérito digital semi-estruturado, preenchido pelos pais de crianças com o diagnóstico de AN, que tenham tido pelo menos um internamento pedopsiquiátrico, no contexto da sua patologia, no período de 2018-2019. Foram contactados 72 pais para obtenção de consentimento e envio de questionários. Os resultados foram analisados estatisticamente usando SPSS.
Resultados: Dos 33 cuidadores que responderam ao inquérito, 66.6% referiu ter sentido falta de informações mais claras sobre os sinais de alarme da doença e 66.6% sentiram dificuldade em saber onde procurar apoio especializado. Os técnicos de saúde foram identificados como os recursos utilizados com maior frequência, seguindo-se os recursos online. Dentro dos apoios técnicos, o pediatra assistente e o médico de família foram os recursos considerados como mais acessíveis. No entanto, para 66.6% dos inquiridos foi inicialmente difícil encontrar qualquer apoio especializado e 54.5% afirmaram ter tido dificuldade na marcação de uma consulta médica com brevidade. Em relação aos recursos que os pais identificaram como tendo estado em falta, 84.8% dos pais destacaram a necessidade de apoio psicológico/psiquiátrico para eles próprios e 57.5% sublinharam a falta de grupos terapêuticos para pais. Identificou-se um período de tempo importante quer entre a identificação dos primeiros sintomas de doença e a tomada de decisão da família de pedir uma avaliação técnica, quer entre o pedido de ajuda da família e o acesso à mesma.
Conclusões: É necessário otimizar a deteção precoce e a referenciação por parte dos médicos de família e criar condições para que haja um acesso mais fácil a recursos de saúde mental em fases precoces da doença. É fundamental que o acompanhamento destas crianças e das suas famílias seja multidisciplinar.