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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NO RECÉM-NASCIDO PRÉ-TERMO: ANTROPOMETRIA E PARÂMETROS BIOQUÍMICOS

Luis Pereira-da-Silva1

1 - Comprehensive Health Research Centre (CHRC), Faculdade de Ciências Médicas | NOVA Medical School, Universidade Nova de Lisboa

- XXIII congresso anual da Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica (APNEP), via telemática, 28-05-2021

A avaliação nutricional da criança nascida pré-termo é importante para avaliar a intervenção nutricional prescrita e o impacto da morbilidade que é comum ao estado de imaturidade.
O meio mais económico, não invasivo e aplicável à cabeceira é a antropometria, para a qual são necessários três requisitos: equipamento apropriado, técnica recomendada e valores de referência aquedados para interpretar as medições obtidas. Das medidas diretas, o peso é o mais utilizado, mas a sua variação não indica se foi consequência do estado de hidratação, da massa magra ou da massa gorda. O comprimento é um excelente indicador da massa magra. O perímetro cefálico reflete o crescimento do encéfalo e a nutrição cerebral. O perímetro braquial, fácil de obter, é um bom indicador da adiposidade. As pregas cutâneas mais usadas para estimar a gordura subcutânea são a tricipital (periférica) e a subescapular (troncular); têm os inconvenientes de requerer lipocalibrador, treino no seu manuseamento e as medidas não refletirem a gordura corporal total ao não avaliarem a gordura intra-abdominal. Das medidas calculadas, o índice de massa gorda e o índice ponderal são os mais usados para avaliar a proporcionalidade ao nascer e a diminuição do rácio perímetro braquial/ perímetro cefálico risco metabólico precoce por desnutrição intrauterina. As áreas muscular e adiposa da secção transversal do braço, calculadas a partir do perímetro braquial e da prega tricipital, têm muitas limitações na estimativa das respetivas reservas corporais.
Os parâmetros bioquímicos, mais usados na prática clínica são os que indicam a nutrição proteica, óssea e hematológica. Para avaliar a nutrição proteica, os marcadores mais usados são a pré-albumina, a proteína de ligação ao retinol e o azoto ureico (BUN); os primeiros são influenciados por fatores não nutricionais; um valor baixo de BUN é um razoável indicador de aporte insuficiente de proteína. A hipofosforémia e a elevação da fosfatase alcalina são indicadores precoces razoáveis da doença metabólica óssea; a calciúria e a fosfatúria podem ser complementares. Para monitorizar a nutrição em ferro e ácido fólico são úteis o hemograma com constantes globulares e a ferritina sérica.

Palavras Chave: antropometria, nutrição hematológica, nutrição óssea, nutrição proteica