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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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UM NOVO OLHAR PARA AS DEFORMIDADES DA PAREDE TORÁCICA NA CRIANÇA E ADOLESCENTE

Inês Marques1, Margarida Valério2, Catarina Carrusca3, Cristina Borges4, Paolo Casella4.

1 – Serviço de Pediatria do Hospital do Barreiro;
2 – Serviço de Pediatria do Hospital São Francisco Xavier;
3 – Serviço de Pediatria do Hospital de Vila Franca de Xira;
4 – Cirurgia Pediátrica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, E.P.E.

- Cirurgia do tubo digestivo minimamente invasiva na criança e no adolescente no 13º Congresso Nacional de Pediatria Tróia, 11 de Outubro de 2012 a 13 de Outubro de 2012 (Apresentação).

Introdução: As deformidades da parede torácica anterior, designadas universalmente como deformidades tipo pectus, são observadas com frequência na pediatria. Classificam-se de acordo com a localização anatómica da área protrusa e/ou deprimida: se for uma protrusão designa-se pectus carinatum; se for uma depressão designa-se pectus escavatum; se ocorrerem simultaneamente classifica-se como mista. Estas deformidades condicionam frequentemente problemas do foro psicológico, subvalorizados na prática clínica e na idade adulta podem originar défices funcionais restritivos variáveis. A atitude expectante é a regra e tendo vindo a ser subestimada a opção de tratamento ativo, não cirúrgico.

Objetivos: Divulgar que o conceito de tratamento expectante das deformidades tipo pectus na criança e adolescente ("esperar que cresça e ver depois!") está desatualizado. Procurar mostrar num estudo descritivo, longitudinal e observacional os resultados de uma avaliação padronizada nesta população alvo e sensibilizar os médicos assistentes destas crianças para o benefício no seu futuro de uma intervenção com tratamento ativo, conservador com ortóteses.

Métodos: Nos últimos 2 anos procedeu-se a um tratamento conservador com ortóteses nas crianças enviadas à consulta de Cirurgia Pediátrica do Hospital Dona Estefânia com deformidades tipo pectus. Nas formas de pectus escavatum foi iniciada precocemente a recomendação da utilização de uma ventosa de sucção (a partir dos 5 anos de idade). Nas formas de pectus carinatum foi implementado um colete de compressão dinâmica do tórax logo após o diagnóstico, habitualmente feito no início da adolescência. Resultados: Num universo selecionado de 45 crianças e adolescentes houve uma boa adesão à utilização das ortóteses com a introdução progressiva do tempo de tratamento. O envolvimento dos pais e cuidadores foi essencial para o sucesso deste tipo de tratamento e o recurso às novas tecnologias de informação e comunicação facilitou a implementação do programa.

Conclusões: O tratamento conservador das deformidades tipo pectus com ortóteses é já uma realidade e quanto mais precoce for a sua utilização melhores são os resultados e menor a duração do tratamento.

Palavras-chave: deformidades torácicas; pectus; ortóteses; criança.