1 - Unidade de Genética Médica, Área de Pediatria Médica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Central, Lisboa, Portugal
- Reunião institucional - Sessão Clínica da Unidade de Genética Médica, Sala de Conferências do Hospital Dona Estefânia, comunicação oral
Introdução: A sequenciação do exoma é atualmente uma rotina na investigação clínica de doenças genéticas. Os achados secundários (variantes genéticas medicamente acionáveis, mas não relacionadas com a indicação clínica do teste) são uma consequência potencial com alguns desafios inerentes. Com vista a responder às dificuldades levantadas por estes achados, em 2013, o American College of Medical Genetics and Genomics (ACMG) publicou as primeiras recomendações, indicando uma lista mínima de 53 genes a serem avaliados aquando da sequenciação do exoma ou genoma no contexto clínico. Desde então, foram realizadas diversas atualizações e discussões relativamente a esta lista, a mais recente em março de 2021.
Métodos: Avaliamos os achados secundários identificados nos doentes selecionados para sequenciação de exoma clínico, no Serviço de Genética Médica do Hospital Dona Estefânia (SGM-HDE), no período de 2015-2019. Adicionalmente, descrevemos alguns casos clínicos ilustrativos.
Resultados: A frequência geral de achados secundários foi de 3%; sendo que 2,4% corresponderam a variantes em genes pertencentes à lista mínima do ACMG, e 0,6% a variantes noutros genes. Os achados secundários associados a susceptibilidade para cancro (1,2%) e a doenças cardiovasculares (1,2%) foram os mais prevalentes. As frequências observadas na nossa cohort estão de acordo com as reportadas na literatura.
Conclusão: Os achados secundários são uma realidade que coloca algumas dificuldades clínicas e éticas no aconselhamento aos doentes e seus familiares. Estes resultados reforçam a necessidade de estudos e consensos adicionais para que apoiem as decisões clínicas.
Palavras Chave: Sequenciação do exoma; achados secundários; aconselhamento genético