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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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A SALIVA É UMA AMOSTRA FIDEDIGNA PARA MONITORIZAÇÃO DE SARS-COV-2 EM CRIANÇAS E ADULTOS

Marta Alenquer1, Filipe Ferreira1,§, Mónica Medina1, José Delgado Alves2,3, Ricardo B. Leite4, Tiago Milheiro Silva5, Maria João Brito5, and Maria João Amorim1,*

1 - Cell Biology of Viral Infection Lab, Instituto Gulbenkian de Ciência, Oeiras, Portugal
2 - Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, EPE, IC 19 – Venteira, Amadora
3 - CEDOC NOVA, Centro de Estudos de Doenças Crónicas, Nova Medical School, Universidade Nova de Lisboa; Lisboa, Portugal.
4 - Genomics Unit, Instituto Gulbenkian de Ciência; Oeiras, Portugal.
5 - Unidade de Infecciologia. Área de Pediatria. Hospital Dona Estefânia. Centro Hospitalar Universaitário Lisboa Central. Lisboa, Portugal.

- 17as Jornadas da Sociedade de Infecciologia Pediátrica

Resumo:
Introdução: O vírus da Síndrome respiratória aguda grave 2 responsável pela pandemia de 2019 teve consequências devastadoras para a saúde pública. Em 16 meses, regsitaram-se mais de 141 milhões de infecções e mais de 3 milhões mortes. O método mais sensível para o diagnóstico é o RT-qPCR em amostras de exsudado nasofaríngeas colhidas por zaragatoa. Este método, para além de invasivo requer complexa logística e acarreta risco de exposição ao vírus pelos profissionais de saúde. Uma amostragem alternativa é a saliva.
Objetivo e metodologia do estudo: Desenvolvemos um estudo não interventivo para averiguar se a saliva á uma alternativa sensível na deteção de SARS-CoV2 em crianças e adultos internadas com SARS-CoV-2 diagnosticado por amostra nasofaríngea e RT-qPCR realizada em contexto hospitalar. Foi feita colheita de saliva desfasada no máximo em 2 dias, processada e análisada também por RT-qPCR no Instituto Gulbenkian de Ciência.
Resultados: De um total de 196 amostras obteve-se uma sensibilidade dos testes em amostra de saliva de 81.0% e especificidade de 98.98%. Em doentes adultos hospitalizados (n=49), com sintomas iniciados até 7 dias, a sensibilidade dos testes foi de 100%. Em crianças até aos 10 anos (n=57), a sensibilidade foi de 81.0% e a especificidade de 100%. A deteção diminui para 30% quando o número de ciclos acima de ruído (CTs, do inglês cycle threshold) das amostras de zaragatoa estavm acima de 34, pelo que este é o limite de deteção pela saliva neste desenho experimental.
Discussão: A ausência de terapêuticas eficazes e de imunidade da população, faz com uma das melhores formas de impedir o aumento de infeções seja diminuir a circulação do vírus. Para tal é necessária uma identificação rápida de pessoas infetadas e da sua rede de contágios com isolamento das mesmas. O uso da saliva como amostra de testagem é um método não invasivo, permite que a amostra seja colhida pelo próprio indivíduo ou por um adulto não profissional nos casos pediátricos e por isso expande a capacidade de testagem e reduz o custo das análises, tendo uma mais-valia acrescentada para avaliação de crianças.

Palavras Chave: SARS-CoV-2; Saliva