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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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VOLVO INTESTINAL COM EVOLUÇÃO RÁPIDA E GRAVE

Lorena Stella1,2; Catarina Serra1,3; Rafaela Murinello4; Isabel Pataca1; Andreia Abrantes1; Inês Salva1; Gabriela Pereira1; João Estrada1

1 - Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, Área de Pediatria Médica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar e Universitário Lisboa Central
2 - Serviço de Pediatria Médica/Neonatologia, UGI da Mulher e Criança, Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia /Espinho
3 - Serviço de Pediatria, Departamento da Mulher, da Criança e do Adolescente, Centro Hospitalar Universitário do Algarve
4 - Serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar e Universitário Lisboa Central

- 1as Jornadas Digitais da SPP, 29 e 30 de outubro de 2020 (póster)

Resumo:
Introdução / Relato de caso: Em pediatria o volvo é uma causa rara de obstrução intestinal e resulta de malformações embrionárias, sendo a sua apresentação clínica inespecífica. A emese biliosa, associada a dor, distensão abdominal e instabilidade hemodinâmica, devem fazer suspeitar de volvo. A correção cirúrgica é emergente, dado o risco de isquemia intestinal. Criança de 7 anos, com antecedentes de gastrosquisis e hernioplastia, apresenta-se com prostração, dor abdominal e vómitos com 8h de evolução. Observada pela equipa do TIP hipotenso, taquicárdico e taquipneico. Agravamento progressivo da hipoxemia e sinais de irritação peritoneal. Analiticamente acidose não compensada e lesão renal aguda. Radiologicamente com marcada distensão cólica e níveis hidroaéreos. Ecografia sugestiva de peritonite e colite. Suspeita de volvo intestinal complicado com peritonite. Concomitantemente choque séptico e hipovolémico grave, refratário ao volume, com necessidade de suporte inotrópico com dopamina e noradrenalina. Hipoxemia e obnubilação, com necessidade de ventilação invasiva pré-transferência hospitalar. Intraoperatório: isquemia extensa, tendo sido realizada colectomia subtotal, colostomia e ileostomia. Pós operatório sob suporte inotrópico e ventilatório. Antibioterapia tripla, alterada para meropenem e vancomicina em D6, com melhor controlo do quadro séptico. Desmame ventilatório e inotrópico em D9 e alimentação entérica desde D12. Alta em D24 e após 5 meses fez reconstrução do transito intestinal, com sucesso.
Conclusões: O volvo intestinal é uma patologia cirúrgica grave, cuja identificação e correção atempadas determinam o prognóstico. A dificuldade diagnóstica em crianças pode condicionar um aumento na mortalidade (3-8%). A correção cirúrgica reduz o risco de recidiva.

Palavras Chave: volvo intestinal, obstrução intestinal