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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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PROTOCOLO DE MONITORIZAÇÃO CARDÍACA NA CRIANÇA COM COVID-19 TRATADA COM HIDROXICLOROQUINA

Inês Hormigo1; Tiago Milheiro Silva1; Sérgio Laranjo2; Conceição Trigo Pereira2; Ana Margarida Garcia1; Catarina Gouveia1; Maria João Brito1

1 - Unidade de Infeciologia Pediátrica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Central, Lisboa
2 - Departamento de Cardiologia Pediátrica, Hospital de Santa Marta, Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Central, Lisboa

- Reunião nacional, 1as Jornadas Digitais de Pediatria da Sociedade Portuguesa de Pediatria 2020, sob a forma de e-poster

Resumo:
Introdução e Objectivos O tratamento com hidroxicloroquina (HCQ) utilizada inicialmente na COVID-19, levou à elaboração de um protocolo de monitorização cardíaca em doentes COVID-19 pediátrico pelo seu potencial arritmogénico.
Metodologia Estudo observacional, retrospetivo, de doentes pediátricos com COVID-19, internados de Março a Abril de 2020, medicados com HCQ. A monitorização cardíaca foi realizada por eletrocardiograma e cálculo do intervalo QT corrigido (QTc) inicialmente e após 48 e 96 horas de tratamento. Os doentes foram classificados em 3 grupos consoante o valor de QTc: normal, moderadamente aumentado (>460-480 milissegundos/idade) ou muito aumentado (>500 msg).
Resultados Total de 14 doentes, com mediana de 10 anos [4 meses; 17 anos], medicados com HCQ durante uma mediana de 5 dias em dose de carga de 5mg/kg/dose, 2id e posteriormente 3,25 mg/kg/dose, 2id em doentes com pneumonia ou comorbilidades. A monoterapia foi realizada em 6 doentes, 4 com factores de risco, e em associação com lopinavir/ritonavir (3) e azitromicina (5) na doença grave e moderada. Foram ainda usados fármacos capazes de prolongar o intervalo QT: oseltamivir (3), omeprazol (1), cetamina e morfina (1) em 5 doentes. Após 48 horas de terapêutica, dois doentes apresentaram intervalo QTc muito aumentado, condicionando suspensão temporária do fármaco. Todos os doentes concluíram o tratamento sem outros efeitos adversos.
Conclusões A HCQ permanece em ensaios clínicos para avaliação da sua efetividade e segurança. A nossa amostra considerável em doentes pediátricos apoia a necessidade de monitorização de toxicidade cardíaca, mas sugere na população estudada, mesmo na associação com outros fármacos que prolongam o intervalo QT, a segurança de sua utilização.

Palavras Chave: cardiotoxicidade, COVID-19, ECG, hidroxicloroquina, pediatria, QTc,