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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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PAROTIDITE AGUDA ASSOCIADA A INFEÇÃO POR SARS-CoV-2: A PROPÓSITO DE UM CASO CLíNICO

Madalena Pires1; Flora Candeias1; António Proença Caetano2; Catarina Gouveia1

1 - Unidade de Infeciologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
2 - Serviço de Radiogia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa

- 1ªs Jornadas Digitais de Pediatria, Sociedade Portuguesa Pediatria , publicação sob forma de poster

Resumo:
INTRODUÇÃO: A pandemia COVID-19 surgiu em 2019 na China. Na idade pediátrica as formas de apresentação podem ser atípicas, com manifestações gastrointestinais ou dermatológicas.
DESCRIÇÃO DO CASO: Apresentamos o caso clínico de uma criança de 3 anos de idade, sexo masculino, natural de Angola, com episódio prévio de parotidite aguda unilateral há 1 ano, internado por tumefacção cervical unilateral e dolorosa, com 3 dias de evolução. À observação apresentava tumefacção dolorosa da região retromandibular direita que se estendia até à região pré-auricular, com apagamento do ângulo da mandíbula, adenomegalias cervicais perilesionais, sem drenagem purulenta pelo canal de Stenon. Analiticamente com leucocitose (17.68 x10^9/L), neutrofilia (10.85 x10 ^9/L) e aumento da proteína C reactiva (26.4 mg/L). Serologias VIH, EBV, CMV, IGRA e PCR enterovírus nas fezes negativos. A RT-PCR SARS-CoV-2 no exsudado naso/orofaríngeo foi positiva. Efectuou ecografia cervical, com descrição de massa retromandibular direita, heterogénea e vascularizada, com extensão até à região auricular anterior, com hipertrofias ganglionares. TAC cervical confirmou aumento da glândula parótida direita, heterogénea hipercaptante, compatível com diagnóstico de parotidite aguda unilateral direita. Iniciou anti-inflamatório não esteróide e por suspeita de infecção bacteriana concomitante realizou antibioterapia com flucloxacilina.
COMENTÁRIOS/CONCLUSÕES: A parotidite aguda tem sido reportada como uma apresentação atípica do espectro de doença COVID-19. As alterações imagiológicas, descritas por ecografia, não diferem das alterações descritas nas parotidites pelos agentes mais comuns. A expressão dos receptores ACE2 nas glândulas salivares pode explicar o tropismo do vírus para as células dos ductos salivares.

Palavras Chave: COVID19, parotidite aguda, SARS-CoV-2