1 - Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E., Lisboa, Portugal
2 - CEDOC, Integrated Pathophysiological Mechanisms Research Group, Nova Medical School Lisboa, Portugal
- 41a Reunião Anual SPAIC, reunião nacional, apresentação sob a forma de poster
Resumo:
Introdução: O Omalizumab está aprovado para o tratamento da urticária crónica espontânea (UCE) refratária à terapêutica anti-histamínica quádrupla.
Objetivos: O objetivo deste trabalho é caracterizar uma população de doentes com UCE do Serviço de Imunoalergologia (SIA) do Hospital Dona Estefânia (HDE) e avaliar a sua resposta ao Omalizumab.
Métodos: Foi realizada uma análise retrospetiva (2014-2020) dos processos clínicos dos doentes com UCE sob Omalizumab no SIA, após pelo menos 6 meses de terapêutica. Recolheram-se dados demográficos, clínicos, IgE total, score UAS7, resposta ao tratamento e satisfação com a auto-administração. Consideramos respondedores completos (RC) doentes apenas sob Omalizumab e anti-H1 em SOS para atingirem UAS7£ 6; respondedores parciais (RP), aqueles com necessidade de medicação diária além do Omalizumab para UAS7£6; não respondedores (NR), se mantinham persistentemente UAS7>6.
Resultados: Foram registados 8 doentes com UCE sob Omalizumab, 7/8 do sexo feminino. A mediana (P25-P75) da idade de início da UCE foi de 43,0 (34,5-58,3) anos e a do tempo decorrido entre o diagnóstico e o início do Omalizumab foi de 2,5 (2,0- 4,5) anos. Três doentes tinham comorbilidades atópicas e 6 tinham não atópicas.
No início da terapêutica, os doentes apresentavam UAS7 (mediana (P25-P75)) de 28 (19,25-31,50); após 1 mês o UAS7 foi de 7 (0,0-18,0); após 6 meses foi de 0 (0,0-7,25) e após um ano de tratamento foi de 0 (0,0-5,0).
Cinco doentes foram RC, 2 RP e 1 foi NR. Analisando o valor de IgE, verifica-se que a doente não respondedora apresentava um doseamento de 4,3 kU/L. Os doentes que atingiram UAS7£6 aos 6 meses de terapêutica apresentavam IgE superior (320,5 (166,75-1021,75)) relativamente aos doentes com UAS7>6 (16,4 (4,3-28,5)). No entanto, a diferença não foi estatisticamente significativa. Não se verificaram reações adversas ao Omalizumab.
As três doentes que iniciaram auto-administração no domicílio reportaram estar satisfeitas, referindo como principais vantagens a ausência de deslocação ao hospital, comodidade e autonomia.
Conclusões: O Omalizumab parece ser uma terapêutica eficaz e segura nesta amostra. Observou-se uma tendência (não significativa estatisticamente) para doentes com níveis de IgE total mais elevados responderem mais rapidamente à terapêutica. Os doentes que iniciaram a auto-administração, apresentavam-se satisfeitos. Espera-se que o aumento da amostra permita confirmar a significância dos resultados encontrados.
Palavras Chave: Omalizumab, Urticária crónica espontânea