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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

CHULC LOGOlogo HDElogo anuario

NOVAS REALIDADES NO TRATAMENTO DA DIABETES TIPO 1 EM PEDIATRIA – PERSPETIVA DA UNIDADE DE ENDOCRINOLOGIA DO HDE

Miguel Vasques1, Catarina Borges1, Melissa Figueiredo2, Catarina Diamantino3, Ana Laura Fitas3, Júlia Galhardo3, Catarina Limbert3, Rosa Pina3, Lurdes Lopes3

1 - Serviço de Endocrinologia – Hospital de Curry Cabral / CHULC
2 - Serviço de Pediatria – Hospital José Joaquim Fernandes, Beja
3 - Serviço de Pediatria – Hospital de S. Francisco Xavier
3 - Unidade de Endocrinologia Pediátrica, Área da Mulher, Criança e Adolescente, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central

- 16º Congresso Português de Diabetes, Comunicação oral

Introdução: A diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença crónica frequente na infância e na adolescência, afetando mais de 3.000 indivíduos em idade pediátrica em Portugal. O controlo metabólico é fundamental, não só para prevenir o desenvolvimento de complicações vasculares, mas também para permitir um adequado desenvolvimento psicomotor. Neste sentido, as diretrizes da International Society for Pediatric and Adolescent Diabetes (ISPAD) de 2018 preconizam como objetivo terapêutico uma hemoglobina glicada (HbA1c) inferior a 7%. O tratamento da DM1 requer a administração de insulina por múltiplas administrações diárias (MADI) ou perfusão subcutânea contínua (PSCI). A nível mundial existem vários estudos que demonstram uma maior eficácia da PSCI no controlo metabólico destes indivíduos. Em Portugal e até ao final de 2019 todos os doentes até aos 18 anos passaram a ser elegíveis para esta tipo de terapêutica.
Métodos: Análise de registos clínicos.
Resultados: Relativamente à DM1, na Unidade de Endocrinologia do Hospital Dona Estefânia (UE-HDE) são atualmente seguidos 325 utentes, com 14 [2 - 21] anos, 59% do sexo masculino, 179 (55%) tratados com PCSI. A HbA1c global é de 7.5 [5.6 – 15.4] %, sendo 7.8 [5.6 – 15.4] % no grupo com MADI e 7.3 [5.7 – 12.4] % no grupo com PCSI. Ao diagnóstico tinham 7.9 [0.5 – 17.5] anos e uma HbA1c de 11.4 [5.6 – 17.9] %. Relativamente à duração da doença, 7% têm menos de 1 ano e 11% mais de 10 anos.À data da colocação do dispositivo de PSCI, a HbA1c era de 8.0 [5.6 – 12.9] %, sendo 7.5 [5.6 – 11.3] % aos 6 meses de tratamento e 7.5 [5.6 – 9.8] % aos 12 meses. Registou-se uma variação média na HbA1c de -0.6% (± 1.2%) aos 6 meses e de -0.8% (± 1.0%) aos 12 meses de tratamento, comparativamente com a data de colocação.
Discussão: O tratamento com PSCI traduziu-se numa diminuição da HbA1c e evidente melhoria do controlo metabólico.A PSCI é a realidade no tratamento da DM1 na criança, sendo importante uma familiarização com este dispositivo a todos os que seguem estes doentes.

Keywords: diabetes mellitus tipo 1; perfusão subcutânea contínua de insulina