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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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IMPORTÂNCIA DO DESPISTE PRECOCE DA DISPLASIA GLENOUMERAL NA RECUPERAÇÃO FUNCIONAL DO DOENTE COM LESÃO NEONATAL DO PLEXO BRAQUIAL

Pedro Diogo Silva1; Mafalda Pires2; Ana Soudo2

1 - Interno de Formação Específica de Medicina Física e de Reabilitação, Hospital Central do Funchal
2 - Assistente Hospitalar, Medicina Física e de Reabilitação, Área Pediátrica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa

- Reunião institucional - apresentação em reunião multidisciplinar intra-Hospitalar da Unidade de Doenças Metabólicas

Resumo:
INTRODUÇÃO | Um dos fatores que poderá limitar a recuperação funcional do membro afetado pela Lesão Neonatal do Plexo Braquial (LNPB) é a displasia da articulação glenoumeral (DGU).
OBJECTIVOS | Avaliar retrospetivamente os doentes seguidos no Serviço de MFR do Hospital Dona Estefânia (HDE) por LNBP, comparando o número de casos de DGU decorridos dez anos de atividade. Analisar a bibliografia disponível sobre a avaliação imagiológica precoce da GU na LNPB e implicações na Reabilitação.
MÉTODOS | Foram pesquisadas bases de dados habituais, para os anos 2015-2019 sobre o tema, usando as palavras-chave referidas. Foram analisados os registos clínicos informáticos dos doentes avaliados em consulta de MFR pela primeira vez entre 01/01/2008 e 31/12/2018.
RESULTADOS | N= 70 doentes. Vinte e nove realizaram avaliação imagiológica da GU, 3 por ecografia e 26 por RMN. Destes, 16 apresentavam DGU. A média das idades da primeira avaliação foi de 27 meses, sendo a idade mínima com evidência de DGU os 3 meses. Quanto ao tratamento com TxB, 24,3% dos doentes realizou este tratamento, sendo a idade da primeira aplicação, 17 meses. Nestes doentes existiu melhoria do padrão motor.
CONCLUSÕES | Em dez anos verificou-se uma mudança no paradigma da avaliação da GU destes doentes. Essa mudança é evidente no aumento do número e precocidade dos exames imagiológicos. A realização precoce de um programa de reabilitação é imprescindível e a avaliação obrigatória da GU aos 3 meses, verificando o grau de recuperação espontânea e a existência de sinais indiretos de DGU. A aplicação precoce de TxB em músculos periescapulares selecionados deve ser realizada de forma sistemática, quando aos 3 meses não se verifica recuperação total e/ou se a avaliação US revelar sinais precoces de displasia.

Palavras Chave: DGU, imagiologia, LNPB, protocolo.