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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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DETEÇÃO DE SARS-COV- 2 POR RT-PCR NUMA COORTE PEDIÁTRICA

Jorge Rodrigues1, Catarina Gouveia1, Madalena Almeida Santos2, Olga Costa2, Rita Corte-Real2, Maria João Brito1

1 - Unidade de Infeciologia Pediátrica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, EPE, Lisboa
2 - Laboratório de Biologia Molecular, Patologia Clínica, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, EPE, Lisboa

- Reunião internacional (ECCVID 2020 – ESCMID Conference on Coronavirus Disease 2020) e reunião nacional (1º Jornadas Digitais da Sociedade Portuguesa de Pediatria). Publicação em versão integral no Journal of Paediatrics and Child Health.
- Prémio Dr. Pita Groz Dias 2020 (atribuído pela Sociedade de Infeciologia Pediátrica da SPP). Grande Prémio SPP e Prémio de Melhor Resumo Submetido às Jornadas nas 1º Jornadas Digitais da SPP.

Resumo:
Introdução: O diagnóstico laboratorial da doença pelo novo coronavírus (COVID-19) é baseado em testes moleculares com diferente eficácia e rapidez de resposta. O exsudado da nasofaringe e orofaringe colhidos por zaragatoa são as amostras de referência, apesar de taxa significativa de falsos negativos, baixa sensibilidade e maior variabilidade de resultados em relação a outras amostras.
Objetivo: Comparar a deteção de SARS-CoV-2 entre amostras de exsudado da naso-orofaringe e aspirado nasofaríngeo na idade pediátrica.
Metodologia: Estudo observacional, longitudinal e prospetivo da deteção de SARS CoV-2 por PCR em amostras de exsudado da naso-orofaringe e aspirado nasofaríngeo durante 2 meses num hospital pediátrico terciário.
Resultados: Total de 531 amostras, de 85 crianças e adolescentes com infeção por SARS-CoV-2, com idade mediana de 8.7 anos e dos quais 14 (16.4%) assintomáticos. O tempo mediano até ao diagnóstico foi de 2 dias. 276 amostras (52%) foram positivas, sendo 43.7% em zaragatoa e 63.6% em aspirado, registando-se concordância em 67.6%. O aspirado nasofaríngeo apresentou maior sensibilidade para o diagnóstico (98% vs. 67%, p<0.001), acima dos 5 anos (p=0.044), na ausência de coinfeção (p=0.031) e se havia história de contato com COVID-19 (p<0.001). A zaragatoa apresentou maior sensibilidade nos doentes sintomáticos (p=0.031).
Conclusões: A deteção de SARS-CoV-2 por aspirado nasofaríngeo foi significativamente mais sensível que por exsudado de naso-orofaringe. Apesar de nos doentes sintomáticos a colheita por zaragatoa ser sensível, o aspirado nasofaríngeo pode melhorar a taxa de diagnóstico laboratorial, sobretudo acima dos 5 anos, ou com contacto com COVID-19.

Palavras Chave: Biologia molecular, COVID-19, diagnóstico, PCR, SARS-CoV-2