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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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COMPARAÇÃO DE DOIS TESTES LABORATORIAIS DISTINTOS DE DIAGNÓSTICO MOLECULAR – ISAC VS ALEX

Ana Palhinha1, Mariana Lobato1, Irene Carrapatoso2, Ana Margarida Romeira1, Sara Prates1, Vitória Matos2, Paula Leiria-Pinto1,3

1 - Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Portugal
2 - Laboratório de Imunologia, Hospital de São José, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Portugal
3 - CEDOC, Integrated Pathophysiological Mechanisms Research Group, Nova Medical School, Lisboa, Portugal

- Comunicação apresentada 41ª Reunião Anual da SPAIC, 24 a 26 de Setembro de 2020, Reunião Digital - 2ª Prémio – Melhor Comunicação Oral, SPAIC
- Póster apresentado na EAACI Digital Congress 2020
- 2ª Prémio de Melhor Comunicação Oral na 41ª Reunião Anual da SPAIC

INTRODUÇÃO: O diagnóstico molecular entrou na rotina da investigação alergológica. ISAC é o ensaio multiplex utilizado na nossa prática clínica, mas há um novo teste (ALEX) atualmente disponível.
OBJECTIVO: Comparar a utilidade clínica de ISAC e ALEX no diagnóstico e decisão terapêutica.
MÉTODOS: Selecionámos consecutivamente 20 doentes com ISAC pedido, nos quais ambos os ensaios foram realizados. Dois grupos distintos de investigadores, com acesso à mesma informação clínica, avaliaram os resultados de cada teste e cada um fez a sua proposta de diagnóstico e terapêutica de acordo com os resultados. Foram comparados os resultados e as decisões clínicas dos grupos.
RESULTADOS: A amostra apresentou uma idade média de 28,2±16,4 anos, com distribuição de género similar. Dezanove doentes apresentavam alergia respiratória (AR) e 9 tinham alergia alimentar (AA) suspeita/confirmada. O ISAC foi pedido em 14 doentes para decisão de imunoterapia para aeroalergénios (ITE) e em 6 para investigação de AA. Dos doentes com AR, relativamente aos aeroalergénios presentes em ambos os ensaios, 12 apresentaram resultados semelhantes, mas em 7 casos sensibilizações consideradas significativas foram detetadas apenas no ISAC, condicionando diferentes propostas de imunoterapia em 4 deles. Adicionalmente, em 8 doentes o ALEX identificou sensibilizações potencialmente relevantes a alergénios não presentes no ISAC (Alnus, Amaranth, Glycyphagus). Encontrámos falsos positivos para alergénios moleculares alimentares em ambos os testes (4 ISAC, 11 ALEX).
CONCLUSÃO: ALEX e ISAC demonstraram resultados comparáveis na maioria dos doentes. Contudo, em doentes com AR, resultados discrepantes levaram a diferentes decisões clínicas de ITE. O ALEX detetou sensibilizações previamente desconhecidas, cuja relevância clínica exije investigação futura. Estes resultados sugerem que os ensaios multiplex podem não ser suficientes para decidir a melhor ITE. Nos doentes com suspeita de AA, ambos os ensaios foram úteis na identificação de alergénios moleculares específicos de espécie, mas encontrámos diferenças como a incapacidade do ALEX identificar Jug r 3, um alergénio com relevância clínica nos doentes estudados. É essencial saber reconhecer resultados falsos positivos, na nossa amostra mais frequentes com o ALEX. Nenhum dos testes foi particularmente útil quando a história clínica era vaga. A amostra é pequena pelo que estes resultados precisam ser confirmados em grupos com maior número de doentes.

Palavras Chave: ALEX, diagnóstico molecular, ISAC