1 - Serviço Pediatria Geral, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E.;
2 – Centro de Investigação, Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E.;
3 – Área Farmácia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E.
- Sessão Clínica, Área de Pediatria Médica, Sala de Conferências 23/10/12.
Introdução: Na prática, todas as crianças se infectam com VSR até aos 2 anos e cerca de 1% dos casos de bronquiolite vírica necessita de internamento. A terapêutica mantém-se controversa e o uso de Soro Salino Hipertónico (NaCl 3%) nebulizado na foi recentemente apresentado como uma nova forma de terapêutica em que vários estudos mostram melhoria dos índices clínicos e redução do tempo médio de internamento em 22% quando associado a broncodilatadores (Epinefrina ou terbutalina).
Objectivos: - Comparar a duração do internamento (End point) em 2 grupos de crianças hospitalizadas por bronquiolite vírica de gravidade moderada tratadas com nebulização de dois tipos de soro salino (NaCl 3% ou NaCl 0,9%), em adição à terapêutica (broncodilatadores e/ou corticóides, O2, etc.) prescrita pelo médico assistente.
- Comparar a evolução do índice de gravidade RDAI (Respiratory Distress Assessment Instrument) nos dois grupos em estudo.
Material e Métodos: Estudo prospectivo, aleatorizado, controlado e duplamente cego realizado em lactentes de 1 a 18 meses internados na Unidade de Pediatria-S1S1 durante as épocas de VSR com o 1º episódio de bronquiolite vírica de gravidade moderada. Registados: idade, sexo, dias de doença, FR, Índice RDAI, SpO2, vírus nas secreções respiratórias, data/hora das terapêuticas, efeitos adversos e co-morbilidades.
Resultados: 22 casos, 67% sexo masculino, idade média 2,5±1,8 M. A duração de internamento teve mediana de 4 e média de 4,3 dias e não parece ter sido influenciada pelo tipo de solução salina utilizada, idade, positividade virológica ou gravidade clínica à entrada. Por outro lado, a solução hipertónica (64% dos casos) esteve associada a internamentos mais prolongados (Mediana 5.5 e média 4.7 dias) que o soro fisiológico (Mediana 3.5 e média 3.8 dias). Pareceu tender-se para uma acção mais favorável da solução hipertónica perante a identificação do VSR, mas mais desfavorável quando o vírus não foi identificado.
Conclusões: a simples utilização do protocolo com metas objectivas beneficiou doentes (sem reinternamentos) e suas famílias, proporcionou maior satisfação profissional à equipa e poupou várias centenas de milhares de Euros ao SNS. No entanto, dado o insuficiente número de casos analisados, não foi possível atingir significado estatístico que validasse as observações. O estudo continuará em 2013-2014.
Palavras-chave: bronquiolite, soro hipertónico, nebulização, criança.