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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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TIP - QUEM E COMO TRANSPORTÁMOS NOS ÚLTIMOS 2 ANOS

Margarida Cunha1, João Falcão Estrada2, Francisco Abecasis3

1. Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, Hospital de Santa Maria, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte, EPE, Lisboa
2. Coordenador do Transporte Interhospitalar Pediátrico do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, EPE, Lisboa
3. Coordenador do Transporte Interhospitalar Pediátrico do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte, EPE, Lisboa

- 20º Congresso Nacional de Pediatria, Centro de Congressos do Estoril, Lisboa, 24 a 25 de outubro de 2019 (poster com discussão)

Introdução e Objectivos: O transporte inter-hospitalar pediátrico (TIP) permite transportar o doente critico para uma UCI Neonatal/Pediátrica por uma equipa qualificada. Desde 2012, Portugal tem um sistema de TIP organizado.
Metodologia: Estudo observacional, de dados colhidos prospectivamente de todos os TIP, realizados entre 16-Ago-17 e 15-Ago-19 (2 anos) pela equipa TIP Sul Lisboa. Nos últimos 4 meses, foram analisadas intervenções diagnósticas/terapêuticas sugeridas pelo médico de TIP.
Resultados: Realizados 1243 transportes: 53% neonatais, 47% pediátricos, 93% de urgência e 7% planeados. Em 65% o hospital de origem é do grupo I, II ou equiparado. A duração do transporte (medianas) foi: total 1h40, chegada ao local 30min, estabilização no local 30min. A mediana de idade foi 23 meses(min 20min; máx 18a) e de peso 3,21Kg (min 0,34gr; máx 101Kg). O motivo mais frequente foi Insuficiência respiratória (25%). Verificou-se instabilidade clinica em 593(48%) doentes, 544(44%) à chegada da equipa e 462(37%) durante o transporte (decréscimo de 7%, p<0,001). Houve deterioração clínica em 49(4%) doentes. Ocorreram complicações em 74(6%) transportes. Dois doentes morreram (0,2%). Procedimentos e/ou terapêuticas foram necessários em 99% e 74% dos transportes, destacando-se: 600(48%) ventilados; 648(52%) com acesso venoso central e 33(3%) arterial; 12 transportados em ECMO e 50 em hipotermia terapêutica; bólus de volume 140(11%), perfusão vasoativos/inotrópicos 138(11%) e fármacos de reanimação 29(2%). Foram sugeridas intervenções diagnósticas/terapêuticas em 57/171 (33%) dos transportes e efectuadas em 90% dos casos.
Conclusões: Este estudo mostra a complexidade e gravidade dos mais de mil doentes transportados, justificando a existência de um sistema de TIP especializado no nosso país.

Palavras-chave: Transporte inter-hospitalar; pediátrico; neonatal; doente crítico.