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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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Sobreposição asma-doença pulmonar obstrutiva crónica: pior função pulmonar e maior utilização de recursos de saúde

João Gaspar Marques 1,2,3, T. Palmeiro1, I. Caires1, N. Pinto3, Paula Leiria Pinto1,3, Nuno Neuparth 1,3, Pedro Carreiro Martins 1,3

1 - CEDOC, Integrated Pathophysiological Mechanisms Research Group, Nova Medical School, Lisboa
2 - Unidade de Imunoalergologia, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE, Lisboa
3 - Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa

Divulgação sob a forma de poster na 40º Reunião Anual da SPAIC, Palácio de Congressos do Algarve, 11 a 13 de Outubro de 2019. Prémio de 2º melhor poster na Sessão de Posters sobre Asma e Rinite

Objetivo: A informação acerca dos doentes com sobreposição asma-DPOC (ACO) é diminuta. O objetivo deste trabalho é avaliar a função pulmonar e a utilização de recursos de saúde dos indivíduos com ACO.
Metodologia: No âmbito do Projeto OLDER (Obstructive Lung Diseases in Elders) avaliaram-se indivíduos idosos (>=65 anos) residentes em equipamentos residenciais para pessoas idosas (ERPI) em três fases distintas. Na fase I os participantes responderam a um questionário médico padronizado, realizaram uma espirometria, FeNO, avaliação de sensibilização a aeroalergénios e fizeram uma colheita de sangue. Foi ainda avaliado nesta fase o índice de comorbilidades CCI (Charlson comorbidity index). Na fase II todos os indivíduos com critérios de asma, DPOC ou ACO realizaram uma pletismografia corporal e uma prova de difusão do monóxido de carbono (DLCO). Na fase III avaliou-se a frequência de consultas médicas não programadas por queixas respiratórias, internamentos e mortalidade nos doentes incluídos na fase II.
Resultados: A fase I incluiu 286 participantes. A idade mediana foi de 85,8 (P27-P75: 81,0 - 90,2) anos e 69% eram mulheres: 27,3% tinham DPOC sem asma (Grupo 1), 2,8% asma sem DPOC (Grupo 2) e 5,2% tinham ACO (Grupo 3). Os indivíduos do Grupo 2 tinham um IMC superior e pior qualidade de vida de acordo com o SGRQ. Os doentes com ACO tinham mais atopia e um menor FEV1 e FEV1/FVC pós-broncodilatador. Não houve diferenças entre os três grupos estatisticamente significativas relativamente ao índice de comorbilidades CCI, taxa de depressão, FeNO e na prova de DLCO. Na fase III, os doentes com ACO necessitaram de mais consultas médicas não programadas por queixas respiratórias.
Conclusões: As doenças pulmonares obstrutivas, particularmente a DPOC, são frequentes em indivíduos idosos. Os doentes com sobreposição asma-DPOC têm pior função pulmonar e um maior recurso a cuidados de saúde, motivo pelo qual deverão ser particularmente acompanhados.