Unidade de Infecciologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central
- Publicado Portuguese Journal of Pediatrics Vol. 50 No. 4 (2019)
Atualmente estima-se que em todo o mundo, mais de 30% de todas as novas infecções por VIH ocorram entre os 15 aos 25 anos de idade. Em Portugal, em 2016, a taxa de novos casos entre os 15-19 anos foi de 2,7 casos/10 5 habitantes, aumentando para 18 casos/10 5 habitantes entre os 20-24 anos. Vários ensaios clínicos têm sublinhado a eficácia da profilaxia pré exposição na prevenção da infecção por VIH, com redução do risco entre 44-75%. Apesar dos estudos sobre a PrEP (Profilaxia Pré Exposição) em idade pediátrica serem limitados, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) aprovou a 5 de fevereiro de 2018, o uso de Truvada® (combinação fixa de tenofovir e emtracitabina) em regime de toma única diária contínua, para a prevenção da infeção por VIH em adolescentes com idade igual ou superior a 12 anos, inserida na estratégia global de prevenção de transmissão de infecção VIH. Em Portugal, este grupo de jovens não se encontra abrangido pela norma da DGS sobre PrEP (inserir referencia da norma). Ora nós sabemos, que a média de início de vida sexual ativa em Portugal, ocorre aos 15,5 anos. Os jovens são um grupo de intervenção prioritária no âmbito da saúde reprodutiva e da prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, estando este facto patente no Decreto-Lei n.º 259/2000.
Neste artigo refere-se a evolução do conceito de PrEP e os factores positivos e negativos associados a esta intervenção. Para além da abstinência sexual, as medidas de proteção de infeção por VIH incluem apenas o uso do preservativo. É prioritário o desenvolvimento de outras estratégias que permitam reduzir o número de novos casos. A PrEP é seguramente uma modalidade, com grande potencial, de forma a permitir que os nossos jovens tenham uma vivência responsável e gratificante da sua sexualidade.
Palavras Chave: Adolescente, Profilaxia Pré Exposição, VIH