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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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O ESTADO E A SAÚDE ORAL:DESCONTAMINAÇÂO, PRECISA-SE

Rosário Malheiro1

1 - Unidade de Estomatologia Pediátrica, Hospital de D. Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central

- Palestra no III Congresso da Associação dos Médicos Estomatologistas Portugueses (AMEP), Luso 2019.

Resumo: O que começou por ser o Programa de Saúde Oral em Saúde Escolar, tendo-se tornado o Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral, inclui o Programa de Saúde Oral nas Crianças e Jovens. Este Programa contempla quase exclusivamente a patologia dentária e, nela, a cárie. Define como objectivos essenciais: a redução da incidência e prevalência das “doenças orais”, a melhoria de conhecimentos e comportamentos que lhes dizem respeito e a promoção de equidade na prestação de cuidados às crianças e jovens com Necessidades de Saúde Especiais. Está muito longe de atingir os objectivos. Estrutura-se em coortes, perfilhando a ausência de universalidade, anticonstitucional e abandona quase por completo os grupos etários precoces que crescem e se desenvolvem sob grande insuficiência de educação alimentar, de higiene e de fluorização. É preciso educar antes da erupção dos primeiros dentes e divulgar que o desmame deve iniciar-se com a diversificação dos açúcares. Sabe-se que as lesões de cárie aumentam, por exemplo, com o números de “refeições”, a frequência do adormecer a mamar, o aumento progressivo do número de dentes, a ausência de escovagem pós-prandial, a baixa fluorização (dentífricos universalmente entre 1000 e 1500 ppm) e o número de colónias bacterianas da mãe/cuidador. A Pediatria tem neste alinhamento um papel relevante. E é preciso semear Saúde em vez de induzir consumo.

Palavras Chave: coortes, equidade, cárie, alimentação