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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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O DOENTE ONCOLÓGICO E A MEDICINA INTENSIVA PEDIÁTRICA– O QUE MUDOU?

Joana Rosa1,2; Gabriela Pereira1; Margarida Santos1; João Estrada1 

1. Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, EPE, Lisboa
2. Serviço de Pediatria, Hospital do Divino Espírito Santo, EPER, Ponta Delgada

- XXII Congresso Nacional de Medicina Intensiva Pediátrica, Porto, 25/10/2019 (comunicação oral)

Introdução: Os progressos na terapêutica oncológica, com consequente aumento da sobrevida e complicações associadas, aumentaram os internamentos oncológicos em cuidados intensivos pediátricos.
Métodos: Estudo retrospetivo dos doentes oncológicos internados numa UCIP entre 2009-2018, e comparação com análise efetuada entre 1991-2000.
Resultados:. Entre 2009-2018 verificaram-se 3404 internamentos, dos quais 529 (15,5%) oncológicos, correspondendo a um aumento de 11,8% relativamente ao período 1991-2000 (168 (3,7%) em 4510). A idade média desceu de 6,4 para 4,0 anos. Relativamente ao motivo de internamento, constata-se um aumento de casos cirúrgicos (44% vs. 71,8%). Os tumores sólidos predominaram nos dois períodos (64,8% vs. 78,6%), nomeadamente do sistema nervoso central. Os tumores hematológicos diminuíram (29,1% vs. 15,3%), mantendo-se o predomínio da leucemia linfoblástica aguda. Da comparação entre patologia cirúrgica vs. médica, observou-se uma diminuição na duração de internamento nos cirúrgicos (192h vs. 109,4h) e um aumento nos médicos (92,9h vs. 245h). Relativamente às intervenções terapêuticas, no grupo cirúrgico ocorreu uma diminuição da ventilação invasiva (56,8% vs. 18,9%) e do suporte vasoativo (6,8% vs. 1,8%; p=0,016), contrariamente ao grupo médico (ventilação 33% vs. 36,2%; aminas 2,1% vs. 26,8%). Em ambos os grupos constatou-se um aumento na substituição renal (1,3% e 4,9%) e nos acessos centrais (37,1% e 58,5% (p<0,001)). Na avaliação da gravidade (PRISM), observou-se uma diminuição nos dois grupos (Cirúrgicos 8,2 vs.1,6; Médicos: 9,3 vs. 5,2). Na mortalidade ocorreu igualmente um decréscimo (Cirúrgicos: 9,5% vs. 0%; Médicos: 19,1% vs. 11,4%). 

Palavras-chave: Oncologia pediátrica; mortalidade; intensivos pediátricos.