1 Serviço de Imunoalergologia, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE, Lisboa;
2 CEDOC, Integrated Pathophysiological Mechanisms Research Group, Nova Medical School, Lisboa
- Apresentação na Reunião Interdepartamental do Hospital de Dona Estefânia, Março 2019
Resumo: A alergia ao leite de vaca (APLV) constitui a principal causa de alergia alimentar em crianças, afectando 2% das crianças até aos 3 anos. Inicialmente os estudos apontavam para uma tolerância espontânea ao leite de vaca de 85% aos 3 anos, no entanto mais recentemente verificou-se uma diminuição desta tendência, estimando-se que 36% mantenha a APLV aos 12 anos. A terapêutica convencional passa pela evicção das proteínas do leite de vaca, e em caso de contacto acidental, terapêutica de SOS (anti-H1, corticóides e/ou adrenalina). No entanto a presença deste alimento como alergénio oculto na alimentação constitui um risco importante, muitas vezes inevitável. A Imunoterapia Oral (ITO) com Leite de Vaca surge como uma opção terapêutica para os doentes com APLV mediada pela IgE. É um tratamento que consiste na administração de doses crescentes do alimento que causa a reação alérgica, existindo vários tipos de protocolos. O objetivo desta terapêutica é modular a reacção do sistema imune à exposição ao leite de vaca. Nesta apresentação procedemos a uma revisão da literatura sobre ITO com leite de vaca, seguida de uma apresentação da casuística dos doentes com diagnóstico de APLV mediada pela IgE submetidos a ITO com leite de Vaca entre 2008 e 2018.