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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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GENETICS OF ATTENTION DEFICIT HYPERACTIVITY DISORDER

Diana Branco Vieira1

1- Médico Interno, Psiquiatria da Infância e Adolescência, Área da Mulher e da Criança, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa.

- Reunião institucional: apresentação de Journal Club no Serviço de Genética Médica, Hospital Dona Estefânia, 19 de Dezembro de 2019.

Resumo: Neste Journal Club foi apresentado o artigo “Faraone, S.V., Larsson, H. Genetics of attention deficit hyperactivity disorder. Mol Psychiatry 24, 562–575 (2019)”. Foi discutido como décadas de pesquisa mostram que os genes desempenham um papel vital na etiologia da Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) e na sua comorbilidade com outras perturbações. Estudos de família, gémeos e de adoção mostram que a PHDA ocorre nas famílias. A alta heritabilidade da PHDA, na ordem dos 74%, motivou a pesquisa de genes de suscetibilidade para a PHDA. Estudos de ligação genética mostram que os efeitos de variantes de risco de DNA na PHDA devem, individualmente, ser muito pequenas. Os estudos de associação ampla do genoma (GWAS) implicaram vários loci genéticos com significância estatística. Esses estudos também mostram que cerca de um terço da heritabilidade da PHDA é devida a um componente poligénico que compreende muitas variantes comuns, cada uma com efeitos pequenos. A partir de estudos de variantes de número de cópias, também aprendemos que as inserções ou exclusões raras são responsáveis por parte da heritabilidade da PHDA. Estas descobertas têm implicado novas vias biológicas que podem eventualmente ter implicações no desenvolvimento do tratamento da PHDA. No entanto, a evidência convincente dos genes como fatores de risco para a PHDA, não exclui o meio ambiente como fonte de etiologia. O fato de estimativas de heritabilidade de estudos de gémeos serem inferiores a 100% aponta fortemente que fatores ambientais devem estar envolvidos. A heritabilidade da PHDA é alta, e essa estimativa abrange a interação gene-ambiente. Assim, é possível que essas interações sejam responsáveis por grande parte da etiologia. Os fatores de risco ambientais provavelmente funcionam através de mecanismos epigenéticos, que pouco foram estudados na PHDA. Nos próximos anos, podemos esperar que avanços na genética da PHDA venham de vários campos de estudo.

Palavras Chave: défice de atenção, genética, hiperatividade