1- Medicina Física e de Reabilitação, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, Lisboa
2- Medicina Física e de Reabilitação, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
3- Medicina Física e de Reabilitação, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
- Reunião de Serviço de Medicina Física e de Reabilitação
Introdução: A escoliose é uma deformidade tridimensional da coluna vertebral. Em idade pediátrica a escoliose idiopática é a forma mais frequente de apresentação, não existindo nenhuma malformação congénita dos corpos vertebrais. Pode também ser secundária a outra patologia que predisponha a deformidades da coluna tais como, doenças neuromusculares ou alterações no sistema nervoso central.
Objetivos: Analisar e caracterizar uma população de crianças seguidos na consulta de Medicina Física e de Reabilitação de um hospital pediátrico nível III (jan.2019). Revisão teórica de novas abordagens terapêuticas na escoliose.
Métodos: Estudo retrospetivo transversal por análise dos registos clínicos das crianças e adolescentes com ângulo de Cobb superior ou igual a 10 graus, e análise descritiva dos dados clínico-epidemiológicos e abordagens terapêuticas. Pesquisa na base de dados Pubmed com os termos “scoliosis”, “orthosis”, “scoliosis exercises”, “scoliosis surgery“, “scoliosis physiogaming”
Resultados: Retirados dados de 52 crianças, com média de idade de 13 anos (5-18 anos), com média de 10 anos ao diagnóstico, com uma prevalência de 79% do sexo feminino. Destes doentes 52% praticavam atividade física extracurricular, 21% apresentavam história familiar de escoliose, 42% apresentavam síndrome de hipermobilidade articular. 48% dos doentes foram propostos para tratamentos de reabilitação. 46% dos doentes utilizavam ortótese de tronco, sendo que destes 66% a utilizavam corretamente. Revisão de novas abordagens na escoliose: descrição do programa de reabilitação “Scientific Exercises Approach to Scoliosis”, centrada na aquisição de autocorreção postural automática através de feedback visual; revisão das ortóteses de tronco disponíveis e dos métodos de fixação da mesma; novas abordagens cirúrgicas que permitam intervenções menos invasivas e com possibilidade de acompanhar o crescimento da criança; utilização de novas tecnologias em programas de exercício, nomeadamente posturografia, vibroterapia e videojogos; tratamento da escoliose com toxina botulínica
Conclusões: O tratamento da escoliose baseia-se na identificação precoce e prevenção da progressão da mesma, sendo a fisioterapia, o exercício e a utilização de ortóteses atualmente os tratamentos de primeira linha. O estudo de novas abordagens que permitam suspender a progressão da escoliose e assim evitar a sua indicação cirúrgica deverá então ser uma prioridade no futuro.
Palavras Chave: Escoliose; Reabilitação; Ortótese; Exercício; Physiogaming