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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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EPIDIDIMITE E SÍNDROME INSTESTINO CURTO – UMA COMBINAÇÃO INESPERADA

1Inês Ferreira, 2António Pedro Campos, 3Tiago Milheiro

1- Serviço de Pediatria, Departamento da Mulher e da Criança, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E, Setúbal
2- Unidade de Cuidados Especiais Respiratórios e Nutricionais, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa
3- Unidade de Infecciologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa

16º Encontro Nacional de Atualização em Infecciologia, publicação sob forma de resumo

Introdução: A adolescência e os adultos jovens são os grupos etários com maior taxa de incidência de infecções sexualmente transmissíveis (IST’s). Apesar de não existirem dados epidemiológicos fiáveis em Portugal, as IST’s são frequentes, podendo ter complicações graves, incluindo em indivíduos com patologia crónica, com todas as variáveis associadas a esta.
Relato de Caso: Apresenta-se o caso de um adolescente de 19 anos com antecedentes de insuficiência intestinal secundária a ressecção intestinal (anastomose duodeno-cólica) pós volvo aos 11 anos de idade, sob nutrição parentérica total no domicílio. Vida sexual activa (heterossexual) desde os 17 anos de idade, 2 parceiras até ao momento, sem método barreira. Sem história de IST prévia. Observado no serviço de urgência por tumefacção escrotal, dolorosa no próprio dia. Ao exame objetivo apresentava um testículo direito de consistência mantida, globalmente doloroso à palpação e escroto com grande edema e rubor. A ecografia demonstrou exuberante globosidade, com alterações fleimonosas no pólo inferior do epidídimo, com micro abcesso lacunar e urina II com leucocitúria de 4106/uL. Foi medicado com ceftriaxone toma única. Reobservado 2 dias depois, mantinha testículo tenso, mas diminuição do edema. A ecografia demonstrava área não vascularizada com 4,5mm, sugestiva de área abcedada. Optou-se por manter ceftriaxone diário 10 dias. Dois dias depois, o resultado de PCR na urina revelou-se positivo para Chlamydia trachomatis. Foi decidido, dada ausência de absorção entérica e recusa de internamento, medicar com levofloxacina IV 1id (10 dias). Documentou-se melhoria clinica progressiva e resolução ecográfica dos sinais inflamatórios do epidídimo no final do tratamento. Foram excluídas outras IST’s. A repetição da PCR de Chlamydia na urina foi negativa.
Conclusões: A ponderação das diferentes características de todos os doentes é fundamental para a decisão do tratamento mais adequado.