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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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RECÉM-NASCIDOS: QUANDO O NARIZ NÃO FUNCIONA

José Colaço, Inês Moreira, Luísa Monteiro.

Otorrinolaringologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, E.P.E.

- 59º Congresso Anual da SPORL (Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cervico-Facial), VISEU, 2012 (Poster).

Introdução: De acordo com a experiencia e necessidades do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Dona Estefânia, elaborou-se um algoritmo de atuação nos casos de obstrução nasal do recém-nascido, com o objetivo de uniformizar as atitudes médico-cirúrgicas.

Material e métodos: revisão dos casos clínicos e revisão da literatura sobre o tema.

Resultados: O Hospital dona Estefânia tem Unidade de Cuidados Intensivos de Neonatologia, recebendo recém – nascidos referenciados de outros hospitais. O exame inicial do recém-nascido com obstrução nasal consiste na observação das fossas nasais com otoscópio e introdução de sonda nasal. Numa segunda fase, é realizada fibro-endoscopia sob anestesia local, sendo que os casos em que não se obtém informação suficiente são referenciados para TC. A RMN fica reservada para os casos de suspeita de patologia crânio-encefálica, tumoral ou arteriovenosa. Com o uso destes recursos consegue-se um diagnóstico diferencial das diferentes causas de obstrução nasal: obstrução funcional (rinite do lactente), massas, malformações congénitas ou luxação do septo nasal. O tratamento, nos casos de sintomatologia ligeira/moderada, é médico: soro fisiológico e corticoide nasal durante 1-4 semanas, e vasoconstritor nasal durante 5-7 dias. No entanto, quando os sintomas obrigam a ventilação mecânica (invasiva ou não invasiva) é necessária cirurgia. No nosso hospital, as intervenções realizadas em recém-nascidos foram a luxação do septo nasal, remoção de hemangioma capilar lobular nasal, correção de estenose do seio piriforme, e correção de atresia choanal bilateral. Apenas 1 caso necessitou de traqueotomia, por apresentar estenose severa de toda a cavidade nasal, associada a malformação craniofacial.

Conclusão: Os neonatos são respiradores nasais exclusivos até cerca de 8 semanas de idade, motivo pelo qual a obstrução das fossas nasais pode ser uma emergência médica. Se a gravidade dos sintomas requer internamento, é necessária uma atitude interventiva, enquanto que em caso de sintomatologia ligeira/moderada a atitude pode ser expectante e eletiva.

Palavras-chave: