1. Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, EPE, Lisboa
- 20º Congresso Nacional de Pediatria, Centro de Congressos do Estoril, Lisboa, 24 a 25 de outubro de 2019 (poster com discussão)
Introdução: Cerca de 2-6% das crianças internadas por bronquiolite aguda (BA) são admitidas em unidades de cuidados intensivos pediátricos (UCIP). Os estudos mais recentes não evidenciaram benefício na intervenção farmacológica, sendo apenas recomendadas medidas de suporte. A ventilação não invasiva (VNI) tem demonstrado impacto positivo na insuficiência respiratória.
Objectivos: Caracterizar os doentes com BA admitidos numa UCIP e comparar a abordagem clínica em 2006-2007 (P1) e 2016-2017 (P2).
Metodologia: Estudo retrospetivo transversal analítico. Dados recolhidos de processos clínicos de doentes com BA com ≤ 2 anos. Análise estatística com SPSS® (p-value ≤ 0,05).
Resultados: N=45 doentes; sem óbitos. P1: n=23, 39,1% sexo feminino, idade x=2,6 meses, 26% prematuros, 17,4% com doença crónica, duração de internamento (DI) x=5 dias; P2: n=22, 63,6% sexo feminino, idade x=2,5 meses, prematuros 18,2%, 22,7% com doença crónica, DI x= 5 dias. Taxa de VNI de 13% (P1) vs 73% (P2) (p=0,00); VMI utilizada em 21,7% (P1) vs 13,6% (P2) (p=0,52). Identificação do agente etiológico em 43% (P1) vs 91% (P2) (p=0,001). O brometo de ipratrópio (BI) foi utilizado em 87% (P1) vs 50% (P2) (p=0,010) e a aminofilina em 74% (P1) vs 25% (P2) (p=0,001). Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas na utilização de outros broncodilatadores (BD) inalados, de antibióticos e corticóides (CC).
Conclusões: Em 10 anos, verificou-se um aumento significativo da utilização de VNI na insuficiência respiratória na BA, mas a redução da utilização de VMI não foi estatisticamente significativa. Observou-se uma mudança significativa na utilização do BI e da aminofilina, mantendo-se a prescrição de outros BD e CC.
Palavras-chave: Bronquiolite; cuidados intensivos; abordagem.