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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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PREVALÊNCIA DE SENSIBILIZAÇÃO A LTP NA POPULAÇÃO DE UMA CONSULTA DE IMUNOALERGOLOGIA (AVALIADO PELO MÉTODO IMMUNOCAP ISAC®).

Eugénia Almeida2, Teresa Moscoso1, Elena Finelli1, Sara Partes1, Paula Leiria Pinto1.

1 - Serviço de Imunoalergologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Lisboa Central, E.P.E.;
2 - Serviço de Imunoalergologia, Hospital da Universidade de Coimbra

- 33ª Reunião Anual SPAIC, Fátima, 5 a 7 Outubro de 2012 (Comunicação Oral).

Objectivo: Determinar a prevalência de sensibilização a LTPs numa população de doentes com alergia alimentar múltipla e/ou alergia respiratória a múltiplos aeroalergénios, assim como a sua relação com a presença de alergia alimentar a vegetais e, em particular, a frutos frescos e secos.

Métodos: Entre Janeiro 2008 e Junho 2011 foram avaliados 64 doentes que, por alergia alimentar múltipla e/ou alergia respiratória a múltiplos aeroalergénios, realizaram diagnóstico molecular (ImmunoCap ISAC®). Foram analisados a história clínica, os testes cutâneos, as IgE específicas (por UniCAP®) e os alergénios moleculares, em particular as LTPs (Pru p 3, Cor a 8, Par j 2 e Art v 3).

Resultados: Dos 64 doentes, 56% têm alergia a alimentos vegetais. Em 37% dos 64 detecta-se positividade a pelo menos uma LTP, sendo a Pru p 3 a mais frequente (76%). Entre os doentes sensibilizados a pelo menos uma LTP, 29% não apresentam alergia a vegetais. Dos doentes com alergia a alimentos vegetais, 71% estão sensibilizados a LTP. Os testes Pru p 3 e Cor a 8 demonstram boa especificidade e fraca sensibilidade no diagnóstico de alergia alimentar a vegetais (89%/44% e 93%/25%, respetivamente). A sensibilização a LTP detecta-se em 65% dos doentes com alergia a rosáceas, 56% dos doentes com alergia a outros frutos frescos e 44% dos doentes com alergia a frutos secos e/ou amendoim. A sensibilização a LTPs está presente em 100% dos doentes com reações anafiláticas a rosáceas e em 50% e 36% dos doentes com anafilaxia a outros frutos frescos e frutos secos/amendoim, respetivamente. No entanto, dos doentes com alergia a alimentos vegetais e sensibilização a alguma LTP apenas 47% tem anafilaxia. Nos doentes com reações mais ligeiras, a sensibilização a LTPs situa-se entre 55% e 78%.

Conclusões: A sensibilização a LTP é frequente nos doentes com alergia a alimentos vegetais, em especial Rosáceas, mas quase um terço dos sensibilizados não apresenta, no momento do estudo, sintomas com a ingestão de vegetais. Os testes Pru p 3 e Cor a 8 apresentam uma especificidade razoável, podendo ser úteis na confirmação do diagnóstico de alergia a vegetais; no entanto têm baixa sensibilidade, provavelmente relacionada com a existência de outras proteínas relevantes na alergia a alimentos vegetais. A sensibilização a LTPs detectou-se em todos os doentes com anafilaxia a rosáceas mas também ocorre num número elevado de doentes com reacções ligeiras. Parece ter um papel menos importante na alergia a frutos secos.

Palavras-chave: alergia alimentar, alergia respiratória, LTP.