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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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VOLVO GÁSTRICO MESENTEROAXIAL EM CRIANÇA DE 3 ANOS: GASTROPEXIA POR VIA LAPAROSCÓPICA

Ema Santos1,2, Sofia Morão1, Rui Alves1, João Pascoal1

1 - Serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central
2 - Serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital Central do Funchal

- Apresentação sob a forma de Vídeo - 11.º Congresso da SPCMIN – Sociedade Portuguesa de Cirurgia Minimamente Invasiva, 12-13 Outubro 2018, Guimarães

Resumo:
INTRODUÇÃO: O Volvo Gástrico é uma causa rara de obstrução intestinal em idade pediátrica, que se carateriza por rotação anormal de parte do estômago sobre um dos seus eixos: organoaxial (eixo entre cárdia o e o piloro) ou mesenteroaxial (eixo entre grande e pequena curvaturas). Pode ser classificado como primário se ocorrer por ausência ou laxidão dos seus ligamentos de fixação ou como secundário, se estiver associado a hérnia paraesofágica, hérnia diafragmática ou malrotação intestinal. A apresentação clínica é variável, dependendo do grau de obstrução, sendo no entanto frequentes a distensão e dor epigástrica, intolerância alimentar e incapacidade de passar sonda nasogástrica. O trânsito gastrointestinal é o gold standart para o diagnóstico. O tratamento definitivo cursa com a restauração da normal anatomia gástrica, reparação de defeito secundário, caso exista.
CASO CLÍNICO: Criança de 3 anos, sexo feminino, seguida na consulta de Pediatria por queixas de distensão abdominal marcada e dor abdominal intermitente com alguns meses de evolução. Nega náuseas, vómitos ou alterações do trânsito intestinal. Ao exame objectivo apresentava abdómen moderadamente distendido, globalmente timpanizado com desconforto à palpação, sem reação peritoneal. RX abdominal em ortostatismo revelou distensão gástrica acentuada. Trânsito gastrointestinal revelou volvo gástrico mesenteroaxial. Proposta para gastropexia anterior por via laparoscópica. Intraoperatoriamente constatou-se presença de estômago de grandes dimensões associado a laxidão dos ligamentos hepatogástrico e gastrofrénico, sem volvo gástrico óbvio ou defeitos secundários. Procedeu-se a fixação da grande curvatura do estômago à parede abdominal anterior em 5 pontos com fio monofilamentar não-absorvível. Cirurgia e pós-operatório decorreram sem intercorrências tendo alta ao 3º dia de pós-operatório com tolerância da via oral mantida e sem distensão abdominal.
CONCLUSÃO: O volvo gástrico é uma entidade rara em idade pediátrica. A realização da gastropexia por via minimamente invasiva não só resolve a distensão e dor abdominal intermitente causadas pelo volvo gástrico crónico, como diminui o trauma cirúrgico inerente a uma laparotomia, reduz o tempo de internamento, obtém melhores resultados estéticos e conforto pós-operatório.

Palavras Chave: volvo gástrico; idade pediátrica; cirurgia minimamente invasiva