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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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TERAPÊUTICA INOTRÓPICA E VASOPRESSORA EM IDADE PEDIÁTRICA: EXPERIÊNCIA DE UMA UNIDADE DE CUIDADOS INTENSIVOS

Pedro Oom da Costa1, Marta Oliveira1, João Estrada1, Margarida Santos1

1 - Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, Área da Mulher, Criança e Adolescente, Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Lisboa

- XXI Reunião da Sociedade de Cuidados Intensivos Pediátricos; Lisboa, 23 de Novembro de 2018 (comunicação oral)

Introdução: O choque é uma das principais causas de morbilidade e mortalidade nas unidades de cuidados intensivos pediátricos. O seu tratamento precoce é crucial na determinação do prognóstico do doente. Os inotrópicos e vasopressores são compostos farmacológicos de grande importancia biológica e clínica usados no tratamento do doente em estado crítico com disfunção hemodinâmica importante. Os fármacos usados variam de acordo com o tipo de choque, podendo associar-se mais do que um para complementar o efeito inotrópico desejado.
Objetivos: Estudar a evolução de doentes pediátricos submetidos a terapêutica inotrópica e vasopressora durante o internamento na Unidade de Cuidados Intensivos de um Hospital Terciário entre 2010-2017.
Material e métodos: Estudo de coortes históricas, de base documental. Avaliaram-se parâmetros demográficos, clínicos e laboratoriais.
Discussão: Identificados 156 doentes, com idade mediana de 6 anos, 51% do sexo masculino. A mediana do PRISM foi de 9. 67% tinham doença crónica, sendo que a doença oncológica foi a mais prevalente (32%). O tipo de choque mais frequente foi o choque séptico (60%), seguido do choque hipovolémico (22%) e cardiogénico (13%). A dopamina e a noradrenalina foram os fármacos mais usados, em 91% e 17% dos doentes, respectivamente. 67 doentes (43%) foram submetidos a mais do que um fármaco vasoactivo. Relativamente ao choque séptico e ao choque cardiogénico, verificou-se variabilidade nos esquemas terapêuticos usados. 120 (77%) necessitaram de suporte ventilatório invasivo, sendo que a mediana de dias de ventilação foi de 6. 68% das crianças evoluiram para disfunção múltipla de orgãos. A mediana de dias de internamento foi de 8 e 39 doentes (25%) faleceram. O valor médio de lactato neste grupo de doentes foi mais alto. A etiologia mais comum do choque continua a ser a sépsis grave. A dopamina foi o inotrópico mais usado neste subgrupo de doentes. Evidência recente veio questionar o uso deste fármaco em primeira linha no choque séptico em idade pediátrica. São necessários mais estudos multicêntricos de qualidade que comparem os diversos inotrópicos em relação a resultados clínicos importantes. 

Palavras Chave: choque, cuidados intensivos, inotrópicos, vasopressores.