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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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RITMOS E RUÍDOS NO SONO – O SONO DO BEBÉ

Sílvia Afonso 1

1 - Unidade de Desenvolvimento, Centro de Estudos do Bébé e da Criança, Área da Mulher, Criança e Adolescente, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa

- 1ºs Jornadas do Centro de Estudos do Bebé e da Criança, Mesa: Ritmos e Ruídos. Lisboa, 4 de junho de 2018

Resumo: Os bebés dormem um total de 16-18 h, mas um sono superficial e com despertares. Estas características são essenciais à sobrevivência do bebé. O bebé tem de acordar para mamar e num sono muito profundo deixaria de respirar. “Os ritmos” do bebé compreendem as alterações fisiológicas do sono desde o nascimento até aos 6 meses de idade. Até aos 6 meses alterna entre sono tranquilo e sono ativo. O sono ativo identifica-se pela presença de movimentos dos olhos, movimentos corporais e respiração irregular, surge a partir das 28 semanas de gestação. O sono tranquilo pode ser identificado por EEG às 32 s e até aos 3 meses de idade caracteriza-se por ser pouco profundo. A partir dos 6 meses o sono tranquilo vai-se transformando num sono lento (NREM) com as 3 fases do sono do adulto. Nesta altura, o bebé que até aos 6 meses adormecia em sono ativo, passa a adormecer em sono NREM. Por outro lado, o sono ativo que correspondia a 50% do sono total, passa a ser chamado sono REM e diminui para 30% do sono total. Os recém-nascidos prematuros, têm mais sono ativo (80%) e têm mais despertares. O sono ativo parece ter importância na maturação neurológica dos bebés influenciando a cognição dos mesmos. O respeito pelo ritmo do sono dos bebés internados de forma a melhorar a qualidade de sono, melhora os cuidados aos bebés. Também é importante que as mães reconheçam o sono ativo de forma a não interferirem no sono dos bebés. Dentro dos “ruídos” do sono no bebé destaca-se a síndrome de morte súbita do lactente (SMSL). Os despertares são fundamentais para a sobrevivência do bebé e o sobreaquecimento, na medida em que aprofunda o sono pode ser um fator importante na etiologia do SMSL. A síndrome de pernas inquietas pode surgir na primeira infância. Perante uma história familiar, num bebé com movimentos dos membros inferiores deve ser ponderado este diagnóstico. A depressão materna pode ser uma causa de insónia no bebé. O diagnóstico e tratamento precoces, de sinais de ansiedade e depressão maternas podem contribuir para melhorar o sono dos bebés.

Palavras Chave: depressão materna, fisiologia do sono, síndrome de morte súbita do lactente, síndrome de pernas inquietas, sono no bebé.