1 - Psiquiatria da Infância e da Adolescência, Área da mulher, criança e adolescente, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa;
2 - Psiquiatria, Departamento de Psiquiatria, Centro Hospitalar de Setúbal, Setúbal.
- 1º Congresso Nacional de PHDA (comunicação oral).
Resumo:
Introdução: A PHDA é uma doença do neurodesenvolvimento, com uma prevalência estimada em 5% das crianças e 2,5% dos adultos. Em 50 a 60% dos casos as manifestações persistem na adultícia, sobretudo se existem antecedentes familiares de PHDA, antecedentes pessoais de risco psicossocial importante e/ou presença de comorbilidades na evolução da doença. As taxas de tratamento da PHDA diminuem da infância à adultícia e os jovens adultos têm vulnerabilidades que podem pôr em causa a continuidade de cuidados quando esta é necessária, nomeadamente por subestimarem o impacto dos sintomas.
Objetivos: Identificar factores a serem considerados em adolescentes com PHDA e estratégias que facilitem a transição entre cuidados de saúde em pediatria e na adultícia.
Métodos: Revisão sistemática da literatura publicada como artigo de revisão e meta-análise na base de dados Pubmed com as palavras-chave “ADHD”, “Transition”, “Services”, “Adolescence” e “adulthood”.
Resultados: Adolescentes com PHDA podem enfrentar desafios adicionais à transição para a vida adulta, com prejuízo a nível académico e profissional. Estudos destacam a necessidade de combater o estigma associado à doença mental em jovens em transição para a idade adulta e fornecer serviços acessíveis e adequados à idade, o que muitas vezes não é uma prioridade, podendo a falta de clareza sobre a disponibilidade do serviço e os critérios de elegibilidade culminar numa prestação de serviços variável e pouco adequada às características dos jovens adultos com PHDA.
Conclusões: É essencial que haja um planeamento cuidadoso que garanta a continuidade de prestação de cuidados nos jovens adultos com PHDA. Há uma necessidade evidente de se realizarem estudos que identifiquem e avaliem modelos de protocolos de transição entre serviços, sem descontinuidades.
Palavras Chave: Hiperatividade e défice de atenção, Idade de transição.