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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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PROGRAMA DE VIGILÂNCIA NACIONAL DA PARALISIA CEREBRAL: INFEÇÕES TORCH EM CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL NASCIDAS EM 2001-2010

Teresa Folha1, Daniel Virella2, Ana Cadete3, Eulália Calado4, José Joaquim Alvarelhão5, Rosa Gouveia6, Teresa Gaia7, Carla Conceição8, Maria da Graça Andrada7; Programa de Vigilância Nacional da Paralisia Cerebral

1 - Departamento de Epidemiologia, Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, Lisboa, Portugal.
2 - Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Hospital Dona Estefânia, Área de Pediatria Médica, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Lisboa, Portugal.
3 - Serviço de Medicina Física e de Reabilitação, Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, Amadora, Portugal.
4 - Hospital CUF Descobertas, Lisboa, Portugal.
5 - Federação das Associações Portuguesas de Paralisia Cerebral, Lisboa, Portugal.
6 - Sociedade Portuguesa de Pediatria do Neurodesenvolvimento, Sociedade Portuguesa de Pediatria, Coimbra, Portugal
7 - Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian, Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Lisboa, Portugal.
8 - Área de Neurociências, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Lisboa, Portugal.

- Artigo
- Boletim Epidemiológico Observações. 2018 setembro-dezembro;7(23):12 15
- http://repositorio.insa.pt/bitstream/10400.18/5669/1/Boletim_Epidemiologico_Observacoes_N23_2018_artigo2.pdf

Resumo: As infeções TORCH são causa de perturbação neurossensorial grave no feto e recém-nascido, podendo ser causa ou associar-se à paralisia cerebral (PC). Os registos do Programa de Vigilância Nacional da Paralisia Cerebral (PVNPC) foram usados para identificar e caracterizar, aos 5 anos de idade, as crianças com PC e infeção TORCH, nascidas em 2001-2010, e estimar a frequência desta associação em Portugal. Foi estimada a prevalência da associação da PC à infeção TORCH em 5,8% (IC95% 4,64-7,29). Os agentes infeciosos mais frequentemente registados foram: citomegalovirus (45 casos), vírus da imunodeficiência humana (15 casos) e Treponema pallidum (6 casos), a grande maioria em crianças nascidas em Portugal. Nas crianças com PC e infeção TORCH predomina o tipo clínico de PC espástica bilateral com 4 membros afectados, sendo frequentes morbilidades e défices associados. Na ressonância magnética encefálica é mais frequente o predomínio das lesões do 1º e 2º trimestres da gestação. A prevenção primária, parece ter maior potencial de sucesso quando pré-natal, no início da gestação ou na transmissão perinatal. A elevada suspeição clínica e epidemiológica poderá aumentar o sucesso da prevenção terciária. Os dados da vigilância epidemiológica nacional ajudam a entender e aplicar estratégias de prevenção na PC associada à infeção TORCH.

Palavras Chave: citomegalovirus, infeção TORCH, paralisia cerebral, Portugal, vigilância epidemiológica.