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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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PARENTALIDADE POSITIVA: PERSPECTIVAS DE UMA COMUNIDADE HOSPITALAR

Filipa Marujo, Diana Amaral, Clara Oliveira, Paula Silva, Sátya Sousa, Leonor Sassetti

1 - NHACJR, pólo Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa

- International Conference on Childhood and Adolescence 2018
- 26 e 27 de janeiro, Olaias Park Hotel, Lisboa
- Comunicação oral

Resumo:
Introdução: A Parentalidade Positiva (PP), nas palavras do Conselho da Europa, define-se como um “comportamento parental baseado no melhor interesse da criança e que assegura a satisfação das suas principais necessidades e a sua capacitação, sem violência, proporcionando-lhe o reconhecimento e a orientação necessários, o que implica a fixação de limites ao seu comportamento, para possibilitar o seu pleno desenvolvimento”.
Objectivos: Avaliação transversal dos conhecimentos e perspectivas sobre PP, dos diferentes profissionais de saúde de um hospital pediátrico, com vista à identificação de eventuais necessidades de formação dos profissionais, que lidam directamente com as crianças e os seus cuidadores.
Métodos: Aplicação de questionários à comunidade hospitalar, durante o mês da Prevenção dos Maus Tratos na Infância, para avaliar, de modo individual e anónimo, os conceitos e competências parentais.
Resultados: Obtiveram-se 726 questionários (83% sexo feminino): 39,1% enfermeiros, 20,7% assistentes operacionais, 13,4% médicos, 10,2% técnicos, 9,6% administrativos e 7,0% outros. A maioria dos respondentes tem entre 30 e 50 anos (59,6%). Não houve diferenças estatisticamente significativas entre os vários grupos. 56,3% dos inquiridos considera que “a criança muito elogiada não fica vaidosa nem egoísta”. Por outro lado, 57,9% acha que “uma palmadinha de vez em quando não faz mal a ninguém”. A quase totalidade dos inquiridos (95,2%) julga ser importante a atribuição de tarefas que desenvolvam a autonomia da criança. Apenas 6,5% pensa que contrariar as crianças vai contribuir para a sua frustração. 94,5% considera que se deve elogiar perante um bom comportamento e/ou tarefa desenvolvida. 9% acha que a recompensa material deve ser um hábito. 77,8% pensa que é mais importante a qualidade do que a quantidade de tempo que se passa com a criança. 88,3% atribui maior importância a disciplinar oportuna e consistentemente do que a administrar “castigos exemplares”.
Conclusão: A educação parental numa perspectiva positiva, de respeito mútuo entre pais e filhos, é uma das principais ferramentas para promover o bem-estar infantil e prevenir maus-tratos. De acordo com os resultados dos questionários, pode-se concluir que a comunidade hospitalar inquirida, aparenta globalmente um adequado nível de conhecimento dos valores, atitudes e práticas da PP, havendo, contudo, espaço para promover a reflexão mais aprofundada e a formação sobre alguns destes conceitos básicos.

Palavras Chave: estilos parentais, infância, maus-tratos, parentalidade positiva