1 - Unidade de Infecciologia, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa.
2 - Serviço de Neurologia Pediatrica, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, Lisboa.
- 19ª Congresso Nacional de Pediatria, 25 de Outubro de 2018, Cascais, Portugal(e-poster com discussão)
Introdução: A paralisia facial bilateral (PFB) define-se pelo acometimento do nervofacial lado oposto até 30 dias após o início do primeiro lado ter sido afectado. É umaentidade muito rara com uma incidência de 1: 5 000.000 casos/ano, correspondendo a0,3–2% de todos os casos de paralisia facial e pode ter várias etiologias.
Descrição do caso: Criança de 2 anos, com antecedentes de hiperreactividadebrônquica, que após quadro de rinorreia anterior e otalgia surge com paralisia facialperiférica bilateral. Foi prescrita amoxicilina e acido clavulânico, durante seis dias, sem melhoria. Realizou TC que mostrava preenchimento bilateral do ouvido médio ecélulas mastoideias com aumento da densidade de partes moles. Foi então medicado com ceftriaxone, prednisolona (2mg/kg/dia) e aciclovir e procedeu-se a miringotomiabilateral e colocação de tubos de ventilação transtimpânicos. Foi excluidainfecção por EBV, CMV, Herpes virus 6 e 7, Borreliaburgdorferi e Mycoplasmapneumoniae. Apesquisa de DNA bacteriano do exsudado auricular colhido durante a cirurgiaidentificou Streptococcusthermophilus. Realizou fisioterapia durante seis meses com recuperação total e completa da paresia facial bilateral.
Conclusão: No adulto, a paralisia facial periférica idiopática incompleta com sinais de recuperação após 21 dias, associa-se a recuperação total em 94% dos casos. Nacriança estes dados são desconhecidos. O quadro bilateral, uma raridade associada amastoidite, potencia complicações locais supurativas mas com bom o prognóstico emtermos de função se diagnosticada e tratada atempadamente, e pode não ternecessariamente, implicações no prognóstico neurológico.
Palavras Chave: Paresia facial periférica bilateral