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2023

ANUÁRIO DO HOSPITAL
DONA ESTEFÂNIA

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O TRATAMENTO DE MASSAS NASAIS POR VIA ENDONASAL SOB CONTROLO ENDOSCÓPICO EM IDADE PEDIÁTRICA

Susana Raquel Pinto Gomes Amaral Pereira; Herédio de Sousa; Carla Moreira; Ivo Moura; Ezequiel Barros

1 a 5 - Otorrinolaringologia e Cirurgia da Cabeça e do Pescoço, Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central

- Comunicação oral -  65º Congresso da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, 4 a 6 de maio de 2018, Centro de Congressos de Aveiro, Aveiro

Resumo
Introdução: As massas nasais na criança podem advir de alterações congénitas, como é o caso do encefalocelo, alterações inflamatórias e infecciosas, como os pólipos nasais, podem corresponder a tumores benignos como o hemangioma infantil ou a tumores malignos como o caso do rabdomiossarcoma. Os tumores nasais são, classicamente, abordados pela via externa mas recentemente tem-se optado pela via endoscópica.
Objectivos: O objectivo deste estudo é avaliar a eficácia da cirurgia endoscópica endonasal (CEE) no tratamento de massas nasais. Pretende-se ainda fazer uma revisão da literatura.
Materiais e Métodos: Foi feito um estudo retrospectivo que incluiu 19 doentes, com massas nasais, que foram operados por via endonasal sob controlo endoscópico (ECE), desde Janeiro de 2007 a Dezembro de 2017 no Hospital Dona Estefânia (HDE).
Resultados: Das 19 crianças em estudo, 10 eram do género masculino (52.6%), idades compreendidas entre 2 meses e 17 anos. Como principal sintoma a destacar a obstrução nasal e roncopatia. A principal indicação cirúrgica foi pólipo antrochoanal, presente em 8 pacientes (42.1%); 5 tinham polipose nasal (26.3%), sendo que 4 desses 5 pacientes tinham antecedentes de fibrose quística. Tivemos um único caso com diagnóstico de neoplasia maligna, rabdomiossarcoma embrionário, correspondendo os restantes cinco casos a pseudotumor inflamatório, fibroma ossificante juvenil, hemangioma capilar infantil, miofibromatose infantil e um doente tinha massa congénita da linha média, glioma nasal. Verificou-se melhora clinica em todos os casos. Não se verificaram complicações no período pós-operatório precoce. Tivemos três casos de recidiva de pólipo antrochoanal e quatro casos de recidiva de polipose nasal. Não se encontrou relação estatisticamente significativa entre os antecedentes do doente e a recidiva. O doente com rabdomiossarcoma foi encaminhado para o IPO de Lisboa. Não se verificou recidiva das restantes massas nasais operadas, os pacientes mantêm seguimento no HDE, com tempo de follow-up médio de 30 meses.
Conclusões: A CEE para o tratamento da doença nasossinusal, em idade pediátrica, tem-se mostrado eficaz e segura e tem substituído as abordagens externas. O tratamento de tumores nasais exclusivamente por via ECE permanece um desafio cirúrgico mas tem a vantagem da baixa morbilidade associada e a excelente visualização. 

Palavras Chave: massas nasais; cirurgia endoscópica endonasal